Divulgado recentemente, a 12ª edição do Meaningful Brands*, estudo do Grupo Havas, mostrou que a desconfiança em relação às marcas atinge recorde: 71% das pessoas duvidam de que as promessas publicizadas serão cumpridas, aponta. No Brasil, o índice fica em 70%. O que isso nos faz pensar? Muitas coisas, claro. Mas, como profissional da comunicação, vou um pouco além.
O cenário de desconfiança é crescente no Brasil em vários sentidos e isso desperta um senso crítico maior nas pessoas. Quando falamos em marca, não basta a empresa ter uma propaganda envolvente, conteúdos criativos, embaixadores de renome, presença ativa nas redes sociais se, na verdade, lá em seu cerne, ela não é verdadeiramente o que entrega. Se em sua gestão interna, as atitudes no dia a dia não condizem com o que propaga, essa “boa” imagem uma hora ou outra cai por terra.
Estou chamando a atenção aqui para as empresas olharem mais para dentro antes de estruturarem uma bela “vitrine”. Das estratégias e as ações de marketing serem pautadas pela conduta e realidade adotadas internamente, muito mais do que seguir os parâmetros que o mercado cobra e exige.
Não adianta levantar tantas bandeiras se não as honrar com os seus. É fácil engajar com algum tema do momento, abraçar causas sociais e populares, mas se as ações executadas dentro da companhia não seguem esta diretriz, logo a máscara cai e a iniciativa irão se decompor.
Por mais que os líderes estejam sempre por dentro do andamento da empresa, são os colaboradores que estão na lida diariamente e em contato direto com os processos e os serviços.
Olhar para dentro e dar voz a sua equipe pode fazer toda a diferença na hora de inovar. O mundo fala muito no cliente como o centro das atenções e das decisões, mas é fato que seu primeiro cliente é seu próprio colaborador e ele fará toda a diferença na hora que sua história for contada e replicada.
Fortalecer a cultura organizacional e trabalhar de dentro para fora com consistência e relevância pode impactar e muito na construção de sua imagem e na lembrança que as pessoas terão de sua marca.
Não adianta vender uma imagem que não representa sua realidade. A confiança se constrói de dentro para fora. Portanto, você gestor foque mais no seu olhar internamente. As pessoas primeiro precisam confiar no que a empresa faz, para depois acreditar no que ela “vende”!
Virgínia Silva, Gerente do Núcleo de Minas Gerais