Foto: G1
“A nossa perspectiva para 2021 é que, pelo menos o primeiro semestre, será um 2020 parte 2”, aposta a fundadora da Oxygen, Andrea Janér, uma das convidadas do Arena de Ideias sobre Coronavírus e a reinvenção dos relacionamentos”, transmitido ao vivo ontem pela In Press Oficina.
Na visão dela, a pandemia expôs muitas fraturas na sociedade, que são os grandes temas da humanidade para a próxima década. “Espero que a pandemia tenha subido a barra da consciência coletiva e todo mundo esteja mais atento aos problemas que o mundo vai enfrentar até 2030”, afirma.
Para a presidente da Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig), Carolina Venuto, a Covid-19 ressignificou as relações profissionais e modelos de trabalho que alcançaram inclusive o mundo político, em que a costumeira formalidade cedeu espaço a reuniões sujeitas a interferências do ambiente familiar.
“Fomos impostos numa realidade virtual de uma forma aceleradíssima e não estávamos preparados para isso. Do dia para a noite não podemos ter mais contato pessoal. Nós somos um povo informal, estamos acostumados a abraçar, estar junto. Para a nossa atividade havia um formalismo. Quando a gente passa a ter que abrir a nossa esfera íntima para as autoridades, existe um limiar tênue”, explica.
Nesse contexto de transformação das relações profissionais, a sócia-diretora da In Press Oficina, Patrícia Marins, aponta que o vírus expôs as fragilidades e vulnerabilidades dos seres humanos. “A Covid-19 é uma grande crise de confiança no sistema de saúde, na esperança, em quem somos. Somos seres muito frágeis e um vírus nos coloca reféns sem saber quando nós vamos sair. A Covid traz também a sintaxe da empatia, vulnerabilidade, da autenticidade, de ser quem eu sou”, avalia.
Saúde mental e os riscos da segunda pandemia
Além de centenas de milhares de mortes, a Covid-19 trouxe graves efeitos colaterais na saúde da população, de depressão a suicídio, com os quais é preciso aprender a lidar. “A saúde mental está acarretando uma segunda pandemia. Dentro das empresas se reflete no burnout. E, fora, em suicídio e depressão”, pontua Andrea. Somente em um mês, o Japão teve mais morte por suicídio do que por Covid o ano inteiro.
Os especialistas observam que o isolamento social, a nova rotina de trabalho e as dificuldades de conciliar o volume de atividades com as tarefas domésticas estão causando impactos significativos.
“Antes a gente levava a casa para o trabalho, agora trouxemos o trabalho para dentro da nossa casa. Qual o limite disso? Até que ponto vamos achar normal uma informalidade como essa? Existe um limiar também, é importante ter a liturgia de alguns processos. Mas vamos ter que achar um meio termo nisso, até pela saúde mental”, sugere Carolina.
Diante desse cenário, Patrícia reforça a necessidade de repensar a qualidade das relações não só profissionais, mas também pessoais. “Os nossos idosos gostariam de estar junto e não estão. Os jovens fazendo aula online e se privando. A qualidade dessas relações é um tema que precisamos ter no nosso radar. Isso tem feito com que a nossa saúde mental tenha ganhado contornos ainda mais dramáticos
O incômodo de Maia e a nova fase da disputa pela cadeira de presidente da Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi cobrado ontem em entrevista coletiva sobre qual seria o bloco de apoio do seu partido e, principalmente, quais nomes ele apoiaria pessoalmente.
O incômodo de Maia foi visível, não apenas pelo cenário que se formou após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de barrar a reeleição no Congresso Nacional. A movimentação por si já possibilita articulações do governo para ganhar espaço na arena de decisões, podendo conseguir emplacar seus projetos prioritários com maior facilidade – coisa que não vem acontecendo com Maia. O que intensifica sua apreensão é também o fato de seu partido estar gerenciando a articulação de nomes sem sua presença: em uma reunião de pré-candidatos na residência da Câmara que resultou na formação de um bloco de partidos, o nome preferido do atual presidente (Marcos Pereira – Republicanos/SP) também não estava lá.
O parlamentar foi claro em seus posicionamentos em relação à estratégia da equipe de Bolsonaro. Segundo ele, as movimentações para conseguir eleger presidentes das casas legislativas seriam um ato de controle e quebra de autonomia, o que considera “ruim para a democracia”.
Apesar de não citado na entrevista, o bloco do DEM já está pré-definido com MDB, PSDB, PSL, Cidadania e PV, segundo Efraim Filho/PB, líder do DEM. Do outro lado, Arthur Lira (PP/AL) já é o nome de Bolsonaro e tem apoio do PSD, Pros, Avante, Patriota, PL, SD e PSC. Ele teve sua candidatura lançada na quarta-feira (09/12) e sinalizou que irá conduzir a casa “diferente” da forma de Maia.
Dica para o final de semana #1

A primeira dica para o final de semana é o TED “O Poder da Vulnerabilidade”, da pesquisadora e professora da Universidade de Houston Brené Brown. Durante a palestra virtual, que é uma das mais assistidas de toda a plataforma, Brown relata que, ao iniciar suas pesquisas na área de assistência social, encontrou uma correlação entre a a vulnerabilidade e as dificuldades que alguns teriam em estabelecer conexões verdadeiras com outras pessoas. Pensou, portanto, que ao reduzir essas conexões, poderia resolver esse problema e torná-las mais felizes.
No entanto, os resultados das pesquisas mostraram o contrário. Pessoas mais dispostas a se expor e expressar de forma autêntica, se mostrando vulneráveis à contraparte, eram mais capazes de se conectar com outros. Conexões verdadeiras, portanto, derivavam de dois elementos que se correlacionam: vulnerabilidade e coragem.
Além da palestra, as pesquisas de Brené Brown já viraram livros e até um filme da Netflix, baseado na obra A coragem de ser imperfeito. A autora também tem um podcast, onde recebeu o presidente eleito norte-americano Joe Biden para falar de empatia, unidade e coragem.
Dica para o final de semana #2

Já a segunda dica é o podcast lançado pelo fundador da Microsoft, Bill Gates, e a atriz e escritora Rashida Jones, Bill Gates and Rashida Jones ask big questions. O programa foi lançado em novembro e já conta com 05 episódios. Em cada um deles, os apresentadores se confrontam com perguntas importantes que devemos nos fazer para compreender e transformar o mundo.
Os episódios vão de “Como o mundo será após a Covid-19?” a “Será a desigualdade inevitável?”. Juntam-se a eles grandes nomes de diferentes áreas, como o escritor e pesquisador Yuval Harari, autor das obras Sapiens e Homo Deus ou mesmo o cantor e ativista Bono Vox, da banda U2.
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