Olha quem está ouvindo. É o garçom, e nem sempre é culpa dele…

Testemunhas de reuniões reservadas, jantares, gabinetes e até da intimidade de artistas, os garçons – vire e mexe – têm espaço na história como fonte para jornalista. O episódio mais recente foi o jantar, esta semana, em homenagem ao ex-presidente Michel Temer na casa do empresário Naji Nahas, em São Paulo, que reuniu políticos, empresários e advogados. Enquanto servia vinhos e canapés, um garçom testemunhou e relatou à imprensa o encontro no qual vazaram vídeos do imitador André Marinho ironizando o presidente Jair Bolsonaro. O jantar tratou da conciliação entre governo e STF, costurada por Temer e Bolsonaro. As imagens revelaram as gargalhadas e aplausos dos comensais.
O episódio revela a importância do cuidado, sobretudo de porta-vozes e autoridades, com o que se fala em ambientes públicos. Depois de falado, não adianta culpar o garçom.
O talento para servir café, água ou pratos e ainda testemunhar a história e contá-la fez, por exemplo, com que os brasileiros soubessem os rumos da Constituição de 1988. Ulysses Guimarães, presidente da Assembleia Nacional Constituinte, levava para a mesa do restaurante Piantella – reduto dos políticos em Brasília e fechado em 2020 após 44 anos de funcionamento – os debates sobre temas polêmicos do texto constituinte. Mesmo sem falar com ninguém após jantar, as palavras de Ulysses iam para as páginas dos jornais – e estavam certas. Considerado o mordomo de Brasília, o garçom José Dutra Ferreira ou apenas Dutra – morto em 2014 – trabalhou na presidência por 40 anos. Entre os bastidores do poder que vivenciou está um telefonema do então presidente Jânio Quadros informando a mãe, com antecedência de 10 dias, que iria renunciar. O caso é um entre tanto contados no livro “Dutra – memórias de um garçom de Juscelino, mordomo em Brasília”. Mas não é só no meio político que os garçons revelam segredos. O maestro Tom Jobim era um boêmio da noite carioca e tomava pelo menos 10 chopes por dia no então bar do Veloso, em Ipanema – versão contadas pelos garçons que testemunhava os encontros.
Além de escutar centenas casos de amor na mesa de bar, o garçom mais atento pode ser, acima de tudo, um privilegiado contador de histórias.
Amazon monta centro de distribuição em favela e causa controvérsia

A gigante Amazon foi alvo de críticas nas redes sociais após erguer ao lado de uma favela em Tijuana, no México, um novo centro de distribuição de US$ 21 milhões (R$ 110 milhões). O galpão chegou a ser classificado como o “símbolo do capitalismo perverso” por retratar a distopia entre o consumismo e a pobreza. O empreendimento com o grande letreiro da bigtech foi construído ao lado de barracos de madeira cobertos por lonas. A favela tem registro de violência, tráfico de drogas e fica localizada próximo a um canal de esgoto que correm a céu aberto. Ironicamente, favela e centro de distribuição ficam separados por um muro. As críticas partiram depois que o fotojornalista Omar Martínez divulgou imagens de drones mostrando as duas realidades e o caso foi destaque em reportagem da BBC.
A empresa de Jeff Bezos, o homem mais rico do mundo, não alimentou a polêmica e disse que promove o desenvolvimento dos locais onde atua. Ainda este ano, o Brasil receberá dois novos centros de distribuição da empresa, no Rio de Janeiro e no Ceará, visando a Black Friday e o Natal.
Esse foi mais um episódio que afeta diretamente a reputação da Amazon. Em abril, um relatório obtido pela Reuters revelou que funcionários da empresa na Cidade do México eram obrigados a trabalhar mais para cumprir prazos de entrega e seriam demitidos se contaminados pela Covid-19. A velocidade da entrega também foi a razão que levou a alguns motoristas da empresa a precisarem urinar em garrafas plásticas para evitar atrasos.
A empresa que tem o sorriso como símbolo se vê diante de casos que em nada lembram felicidade.
WhatsApp anuncia mudanças e deve adotar transcrição de mensagens de voz

Definitivamente os áudios se tornaram o “patinho feio” do WhatsApp, que agora busca uma inovação para transformá-los em mensagens de texto. Depois de permitir acelerar mensagens sonoras para tocar até 2 vezes mais rápido, agora está em fase de desenvolvimento a transcrição automática dos áudios. Os áudios quando tocados serão acompanhados do texto aparecendo logo abaixo da tela, numa espécie de legenda. A novidade é só uma das ferramentas que podem aparecer nas próximas atualizações do aplicativo, segundo o site especializado WABetaInfo.
Na versão beta, já é possível testar umas das mais nova mudanças: a reação de mensagens por emojis, semelhante a que ocorre no Facebook Messenger e Instagram. Todas as carinhas do aplicativo podem ser usadas.
A privacidade também foi lembrada nas mudanças. Saber ou não se a pessoa visualizou a mensagem ou está online, por exemplo, passará a ser seletivo. A opção “meus contatos exceto…” vai permitir que o usuário revele as informações para pessoas específicas, inclusive a exibição da foto do perfil. Hoje a função, quando adotada, esconde os detalhes de todos os usuários.
Seguindo o exemplo do concorrente Telegram, o WhatsApp também deverá ter a função “buscar por data” para facilitar a procura de mensagens antigas. Por fim, o aplicativo, usado por 108,4 milhões de brasileiros, terá uma modernização de layout. Os balões das conversas terão bordas arredondas, serão maiores e terão um novo tom de verde.
Com tantas ferramentas que facilitam a vida, o WhatsApp vem se tornando cada dia mais indispensável.