Procurador que usou cargo para promover Lava Jato é demitido
O procurador da República no Paraná Diogo Castor de Mattos abreviou a carreira após fazer uma homenagem, num outdoor, à operação Lava Jato de Curitiba. O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) concluiu no processo disciplinar que a postura extrapola as funções e pediu a expulsão dele da carreira. A decisão ainda precisará ser confirmada, mas o procurador deve recorrer para reverter a expulsão.
A demissão por improbidade administrativa deixa claro que, como representante do Ministério Público, Diogo Castor só poderia ser manifestar institucionalmente. Mas houve claramente uma manifestação, além de indevida, de cunho pessoal.
É papel do porta-voz de qualquer instituição se resguardar de exposições e manifestações pessoais.
A lei do Ministério Público determina que o procurador deve atuar com zelo e probidade às suas funções e guardar decoro pessoal. Mas as duas premissas foram violadas, segundo o entendimento do CNMP. A defesa chegou a argumentar que não há improbidade quando há uso de recursos privados. O argumento coloca em discussão justamente o limite do pessoal e do institucional.
O procurador pagou pela peça publicitária que trazia a foto dos 10 integrantes da Lava Jato e foi colocado no acesso ao Aeroporto Internacional Afonso Pena. O outdoor, instalado em março de 2019, trazia os dizeres: “Bem-vindo à República de Curitiba – terra da Operação Lava Jato – a investigação que mudou o país. Aqui a lei se cumpre. 17 de março, cinco anos de Operação Lava Jato – O Brasil Agradece”.
Na primeira apuração, o cantor gospel João Carlos Queiroz foi apontado como responsável pelo outdoor. Ele, porém, negou e disse que teve os dados fraudados. Só depois que o procurador admitiu a autoria. O caso chegou a ser investigado pela Corregedoria do Ministério Público, mas arquivado por prescrição.
Google divulgará fonte de pagamento de campanhas políticas
Nada de fontes duvidosas ou dinheiro de origem ilícita. Num esforço pela transparência no processo eleitoral, o Google decidiu tornar públicos os nomes e valores usados pelos financiadores de campanha que pagam por tráfego pago no Youtube, Gmail e a ferramenta de buscas. A novidade estará disponível a partir do primeiro semestre de 2022 – ano eleitoral – e trará um relatório com detalhes dos gastos de cada candidato. Toda a publicidade partidária também terá uma verificação própria.
A iniciativa faz parte do Transparency Report do Google, já implantado em em países como Austrália, Estados Unidos, Índia, Israel, Nova Zelândia, Taiwan, Reino Unido e países membros da União Europeia.
O relatório é bem detalhado. Terá o nome do patrocinador, valor, quantas exibições foram feitas, em quais plataformas, além de formatos exibidos: vídeos, fotos e textos. Tudo público.
Os anúncios terão a opção de segmentação por região geográfica, idade e sexo.
A partir de novembro, porém, para fazer a propaganda com finalidade política será necessário ter a conta verificada – aquela com o selinho azul ao lado do nome do perfil. Todo o conteúdo está sujeito à moderação, ou seja, poderá ser retirado no ar caso receba denúncias de usuários. O mecanismo permitirá também coibir as fake news.
Ao contrário da legislação brasileira, o Google não irá barrar propaganda eleitoral antecipada. Resolução do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) determina punição – sujeita, inclusive, a impedir a candidatura – quando há pedido explícito de votos.
Brasileiros ficam mais de 10 horas em frente a tela durante a pandemia e diminuem exercícios
O brasileiro ficou mais tempo em frente às telas e reduziu a prática de exercícios físicos durante a pandemia. A média em frente a televisão, computadores, tablets e celulares subiu de 6,5 horas para 10,5 horas, em média, por dia. Já a prática de exercícios caiu de 120 para 80 minutos semanais. O estudo foi feito com 1,3 mil pessoas, de forma virtual, pelas universidades federais de Minas Gerais (UFMG), de Lavras (UFLA), de Ouro Preto (UFOP) e de Viçosa (UFV) e publicado na revista Public Health Nutrition.
A conclusão revela o lado menos favorável do home office e os impactos na saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda entre 150 e 300 minutos semanais de prática esportiva. O hábito de se exercitar, portanto, ficou ainda menor. O alerta, porém, é mais amplo. Estando em casa as pessoas tendem a prejudicar também a alimentação. A pesquisa indica para a conclusão de que o contato com as telas altera o metabolismo de forma a impactar na escolha alimentares. O consumo de alimentos processados, lanches e até o hábito de “beliscar” entre as refeições podem estar associadas também aos níveis de estresse. E há relatos de pessoas que tiveram problemas com sono ou até mesmo abandonaram algumas refeições como café da manhã e almoço.
Especialistas recomendam, diante de superexposição às telas, haja também pausas mais frequentes para descanso da visão. E que rotinas muito pesadas de trabalho remoto sejam intercaladas com atividades físicas, mesmo as mais simples como alongamentos ou caminhadas.
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