
Marcas se posicionam e excluem perfis em protesto contra os males das redes sociais
O número de marcas que estão repensando a forma de utilizar suas redes sociais e influenciar consumidores vem crescendo e algumas estão, inclusive, optando por excluir suas contas das plataformas on-line. Extrema para alguns e sensata para outros, a medida, segundo empresários, é uma forma de protesto contra a manipulação e a exposição tóxica dos usuários – sobretudo os mais jovens.
A marca de cosméticos britânica Lush, reconhecida mundialmente por incentivar o consumo sustentável e usar ingredientes naturais, assumiu uma “política antissocial” e se retirou de quase todas as suas redes nos 48 países onde atua. Em comunicado, a empresa informa que a decisão foi tomada depois que uma ex-funcionária do Facebook revelou que a empresa sabia do mal que o Instagram causava em adolescentes.
“Nos sentimos forçados a agir por conta própria para proteger nossos clientes dos danos e da manipulação que eles podem sofrer enquanto tentam se conectar conosco nas redes sociais”. A saída da Lush, ainda de acordo com a nota oficial, durará até que as redes ofereçam um “ambiente seguro” aos seus usuários.
As grifes Balenciaga e Bottega Veneta também removeram suas contas em protesto contra os ambientes tóxicos das redes. A última substituiu o uso das plataformas por uma revista digital própria e bolou uma estratégia de presença nas mídias sociais de incentivar os fãs e embaixadores a falarem dela, sem precisar ter contas.
Tendência ou não, decisões com estas podem representar uma decisão de marketing de alto risco e, portanto, merecem análise criteriosa antes de serem adotadas.

Juíza faz sucesso transformando temas jurídicos em memes nas redes sociais
A interação nas redes sociais exige cuidados especiais, principalmente para quem ocupa cargos estratégicos e de liderança. Isso porque é impossível dissociar a imagem profissional da pessoal – embora muitos caiam nesta armadilha. No entanto, quem tem esta consciência e se prepara para usar o ambiente on-line tem muito a ganhar, como é o caso a juíza criminal federal Carolina Malta.
utilizando bom-humor, ela aposta, acertadamente, em memes que mesclam animais e informações jurídicas. Conquistando o público ao se valer de uma narrativa acessível e empática para falar sobre um tema árido, ela vem acumulando seguidores: são quase 100 mil no Twitter e mais de 20 mil no Instagram.
A estratégia tem dado certo, mas é importante lembrar que, em se tratando de temas sensíveis e, muitas vezes, sigilosos, os profissionais devem ter cautela e analisar criteriosamente suas manifestações em redes sociais.
Em atuações jurídicas, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) tem, inclusive, uma resolução que impõe limites à maneira como os magistrados devem se portar nas redes sociais para “compatibilizar o exercício da liberdade de expressão com os deveres inerentes ao cargo”. A favor da norma, Carolina lembra dos direitos éticos e de imparcialidade a que estão sujeitos os juízes, além da necessidade de cuidar da própria segurança.
Em suma, o uso das redes pode ser extremamente benéfico aos mais diversos profissionais – mas sempre exige preparo adequado e bom senso.

Fundador do Twitter surpreende e usa a própria rede social para anunciar novo CEO
O mundo corporativo atual requer lideranças humanizadas, verdadeiras e empáticas – algo muito diferente daquela velha e ultrapassada ideia de que chefes deveriam ser figuras distantes e inalcançáveis aos funcionários. Seguindo esta tendência, Jack Dorsey, fundador e, até então CEO, do Twitter, surpreendeu os fãs rede e renunciou ao cargo de CEO por acreditar que a empresa não deveria ser conduzida por seus fundadores.
O empresário já enfrentava uma situação instável desde o ano passado, quando o fundo de investimentos Elliott Management pediu sua renúncia por acreditar que ele estava negligenciando o Twitter para dedicar-se, paralelamente, à sua outra empresa Square, de pagamentos digitais. Mostrando-se um líder perspicaz e corajoso, Dorsey convidou a Elliott e a sua representada Silver Lake Partners a terem voz no conselho de administração do Twitter.
Em carta aos seus colaboradores – e publicada no próprio Twitter – Dorsey ainda anunciou o seu sucessor, Parag Agrawal, enaltecendo as qualidades do antigo CTO da empresa – que foi escolhido após um “rigoroso processo que considerou todas as opções”. Ele também disse que confiava firmemente em Agrawal como CEO e que ele contaria com Bret Taylor para apoiar o seu sucessor. “Ter Bret nesse papel de liderança me dá muita confiança da força do nosso conselho diretor em ir adiante”, exaltou. Parag Agrawal também usou o Twitter para expressar sua gratidão à Dorsey e se comprometeu em mostrar ao mundo o “pleno potencial” da plataforma.
Quando um dirigente age com honestidade, humildade, empatia e demonstra inteligência na análise das oportunidades para o seu negócio, não é apenas o seu público interno que percebe – mas também todos os stakeholders.