
Bolsa de Valores de São Paulo: quando a falta de análise de contexto leva à crise
A recente polêmica do “touro de ouro” em São Paulo repercutiu negativamente no ambiente digital -dentro e fora do país – acendendo um alerta, sobretudo, para os especialistas em comunicação e crise. A falta de análise de cenário e dos impactos de determinadas iniciativas podem desencadear situações delicadas e desdobramentos que afetam não somente a reputação de uma instituição, como também levantam debates que geram profunda instabilidade em uma nação.
Grandes empresas devem sempre estar atentas ao contexto em que estão inseridas. No caso de bolsas de valores, financeiras e corporações, o impacto de suas atividades vai além da esfera econômica, é também social. Fatores como a crise econômica, o aumento da inflação, a queda da renda e a fome afetam diretamente os brasileiros. A própria Bolsa de Valores de São Paulo vive um mau momento. Em novembro, A Ibovespa registou queda acumulada no período de mais de 13%. E foi esse o contexto que B3 escolheu para colocar uma estátua de touro dourado – símbolo do mercado financeiro ao redor do mundo – em frente do seu prédio no centro da cidade.
O resultado não poderia ter sido outro: protestos, memes e a consequente retirada da estátua por determinação da prefeitura de São Paulo no dia 23 de novembro. Contudo,a indignação gerada pelo touro não terminou ali, afinal a situação econômica e a fome da população não são problemas de imediata solução. Nesta quinta-feira, 9, uma artista colocou uma nova estátua no lugar da réplica do “Charging Bull” americano. Segundo a criadora, que já tem intervenção urbana Vacas Magras, a vaca amarela representa a fome e as demais misérias do país.
Os debates sobre a fome se espalham pelo Brasil. Cenas de brasileiros em busca de comida, comendo restos de animais têm sido frequentes. De acordo com a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, quase 20 milhões de pessoas já declararam que em alguns dias passam mais de 24 horas sem ter o que comer.

CEO usa reunião no Zoom para demitir 900 funcionários
Na contramão do que preconiza o mundo corporativo atual, que valoriza líderes cada vez mais humanos e empáticos, o CEO da empresa de hipotecas norte-americana Better.com, Vishal Garg, demitiu 900 trabalhadores via Zoom. Como se a situação não pudesse piorar, a reunião virtual durou apenas três minutos.
Segundo informação divulgada pela CNN Business, Garg foi direto em seu pronunciamento: “Se você está nessa reunião, é parte do infeliz grupo que está sendo despedido. Seu contrato será rescindido imediatamente”. Ele também teria acusado os funcionários de “roubo” e os chamado de “improdutivos”, de acordo com relatos de alguns dos demitidos à revista Fortune.
Esta não foi a primeira atitude chocante e desrespeitosa do CEO. Em e-mail divulgado pela revista Fortune, Vishal Garg chama um funcionário de “lento” e “golfinho burro”. As duas situações revelam uma conduta inadmissível para um líder, especialmente em um momento em que os soft skills ligados à inteligência emocional e empatia são tão requisitados pelo mercado.

Em sessão on-line, desembargador é flagrado em cena íntima
Apesar do “novo normal” já ser algo rotineiro na vida de profissionais das mais diversas áreas, frequentemente vêm à tona casos de quem esquece que reuniões on-line estão sendo transmitidas e acaba cometendo gafes e indiscrições. Foi o que aconteceu recentemente com um desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, flagrado em cena íntima com a esposa durante sessão da 2ª Turma Cível do TJDFT.
No vídeo, a mulher senta-se no colo do magistrado diante de outras autoridades que estavam “presentes” na sessão virtual. Após perceber que a câmara estava ligada, o desembargador fecha a tela. Segundo o Tribunal, “o fato não gerou qualquer prejuízo aos trabalhos da sessão”.
Intensificadas pela pandemia, as sessões por videoconferência são regulamentadas pelo TJDFT desde 2018. Entretanto, este não foi o primeiro constrangimento registrado pelo Tribunal. Em março deste ano, um advogado apareceu ao vivo enquanto tomava banho.
Apesar de estarem trabalhando de casa, é necessário reforçar que o ambiente virtual exige o mesmo decoro do escritório. Por isso, certos cuidados são indispensáveis, a começar pela postura adequada – que é fundamental para preservar a imagem do profissional e da instituição e/ou empresa representada.