Copa do Mundo é oportunidade de aprendizados de gestão de crise em comunicação
O torneio mundial de futebol é o evento “midiático” por excelência, ao mobilizar a atenção e a emoção de bilhões de torcedores de todas as línguas, credos e etnias. É também um grande laboratório para governança de comunicação, com intensa cobertura da mídia e de sites de notícias esportiva com alcance global. Marcas investem bilhões de dólares em patrocínios de jogadores e de produtos ligados ao futebol.
Como todo evento midiático, é poderoso para fazer novos heróis e causar danos sérios a reputações de desempenho, seja nas arenas ou fora delas.
Foi o que aconteceu com o assessor de imprensa da CBF, Vinícius Rodrigues, que protagonizou uma cena ao retirar um gato de cima da mesa onde estava acontecendo a entrevista coletiva. A forma como foi retirada provocou muita reação nas redes sociais e para muitos a atitude com o animal foi considerada agressiva.
É importante refletir sobre o fato, porque assessores de imprensa devem passar desapercebidos e ter como função principal proteger a imagem institucional. Foi justamente o contrário do que ocorreu. Além disso, mesmo em tempos de cobrança na sociedade por padrões ESG, não houve um pedido de desculpas da CBF, Na sequência, quando veio a derrota da seleção brasileira, muitos torcedores chegaram a atribuir o infortúnio à atitude do assessor de imprensa.
Um contraponto foi o desempenho do técnico Tite na entrevista coletiva logo após a derrota que enterrou o sonho do Brasil ser hexacampeão. Tite admitiu o erro e puxou toda a responsabilidade para si, adotando, assim, boas práticas de comunicação e de discurso na crise: transparência e protagonismo na narrativa. Mesmo tendo sido criticado por erros de estratégia de jogo em questões como ataque e defesa, na esfera de comunicação na última entrevista coletiva ele agiu com correção.
“Como os grandes líderes se comunicam”?
Lideranças transformadoras são também grandes comunicadores. Pense em Winston Churchill, o Papa Francisco, o ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama e o fundador da Apple, Steve Jobs.
Esse é o tema do artigo recente do autor do livro clássico de comunicação “Storytelling – A poderosa arte de contar histórias”, Carmine Gallo.
No artigo, publicado na revista Harvard Business Review, o escritor dá quatro dicas estratégicas de comunicação para ajudar a motivar e inspirar equipes. “Você pode ter a melhor ideia do mundo, mas se não conseguir persuadir ninguém a seguir sua visão, sua influência e impacto serão muito reduzidos”, alerta Carmine Gallo. Ele acaba de publicar o livro sobre o CEO da Amazon, Jeff Bezos, “The Bezos Blueprint”. Na pesquisa para o livro sobre Bezos, ele descobriu táticas comuns adotadas por grandes líderes para se comunicar com colaboradores.
As dicas valiosas são:
– Palavras curtas para comunicar assuntos complexos;
– Usar metáforas certeiras para conceitos-chave;
– Humanizar dados para criar valor;
– Missão da empresa é mantra para criar valor.
“Gaslighting” é eleita a palavra do ano pelo dicionário Merriam-Webster
As palavras escolhidas para definir o ano de 2022 são exemplos da era de incerteza, polarização ideológica, inverdades e fake news que traduzem o “zeitgeist” sombrio dos tempos atuais.
“Zeitgeist” é um termo da língua alemã, que significa “o espírito do tempo”. E a realidade do ano que está chegando perto do fim é, no mínimo, desafiadora, como as palavras escolhidas para definir 2022.
Para o dicionário Merriam-Webster, a palavra é “gaslighting”. Sem equivalente em português, significa “manipulação psicológica de uma pessoa, geralmente por um longo período de tempo, o que faz com que a vítima questione a validade de seus próprios pensamentos”.
O dicionário esclarece que em tempos recentes a palavra adquiriu um significado mais amplo e mais simples: “ato ou prática de enganar grosseiramente alguém, especialmente para vantagem pessoal”.
O dicionário Collins também escolheu a “palavra do ano”. Trata-se de “permacrise”, que descreve a sensação de viver eternamente um período de incerteza e insegurança.
Você sabe o que significa “Trabalhadores furtivos” no trabalho híbrido?
O regime de trabalho híbrido que marca o tempo pós-pandêmico trouxe muitos desafios e aprendizados para empresas. E o novo contexto que flexibiliza o formato de trabalho hoje continua rendendo novos termos para descrever novas situações.
É o caso da expressão “trabalhadores furtivos”, que trata daqueles que não contam para seus chefes qual é exatamente seu endereço de onde trabalham.
A pandemia desafiou a ideia de que o escritório é local importante para o trabalho e para a produtividade, mas o tema é alvo de muitas controvérsias no universo corporativo.
À medida que algumas empresas exigem a volta ao trabalho presencial no escritório, alguns colaboradores não estão dispostos a mudar sua vida de “nômade digital” e optam por “esconder” o fato de que estão trabalhando a muitos quilômetros da sede de sua companhia.