
Até alguns anos atrás, as agências de comunicação realizavam media trainings que preparavam os clientes para dar entrevistas para jornais impressos, TVs, rádios e sites de notícias. Eram realizados laboratórios de rádio, TV, fonoaudiologia. Recentemente, um salto: com os smartphones e as redes sociais, os media trainings passaram a mostrar para os clientes que a preocupação não tem de estar apenas nos repórteres. Afinal, todos somos mídias. Qualquer um grava, fotografa, filma, edita e posta a qualquer segundo.
Políticos entenderam muito rápido o barulho que poderiam fazer como mídias, principalmente depois das eleições em que o presidente Barack Obama foi eleito nos Estados Unidos. Passaram a publicar seus conteúdos e alguns quiseram competir até mesmo com as mídias tradicionais. Acertaram algumas vezes. Erraram outras.
Como tem feito com todas as áreas de conhecimento, o coronavírus chegou dando uma freada de arrumação no jeito de fazer comunicação, de fazer relações públicas e governamentais. Já está acrescentando capítulos novos aos treinamentos realizados por agências de comunicação e relações governamentais. Técnicas antigas voltaram a baila enquanto a incorporação do digital se faz ainda mais imprescindível.
Um exemplo: a imprensa tradicional voltou ao centro das atenções da população. Afinal, em tempo de vida ou morte, não se pode correr o risco de esbarrar em fake news. As coletivas de imprensa, que andavam virando moda antiga, voltaram firmes e fortes. Até poucas semanas atrás pareciam ultrapassadas depois das frequentes lives de atores políticos, como as lives do próprio presidente Jair Bolsonaro no Facebook.
O operacional da crise, entretanto, da mesma forma que fez o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta passar a usar um colete de quem está em plena atividade o tempo todo, também trouxe de volta o ritual e a formalidade da coletiva de imprensa tradicional.
Já no mundo dos negócios… seja digital.
Olho no olho virtual — no mundo dos negócios e do relacionamento com os poderes públicos, por outro lado, ganha quem dominar as ferramentas digitais e tiver habilidade para garantir o olho no olho mesmo que intermediado por plataformas como o Skype, o Zoom, o Hangout ou o Google Meet.
Ouvir, ouvir e ouvir — sai na frente quem fizer monitoramento digital e souber exatamente o que seus públicos querem e precisam ouvir durante a crise da Covid-19. Não é possível disparar mensagens que soem desarticuladas, sem propósito social, equivocadas para o momento. No public affairs, no relacionamento com os poderes públicos, o monitoramento digital e a indicação dos temas estratégicos são essenciais.
Treinar para a vídeo — E, é claro. Mesmo dentro de casa, em distanciamento social, é possível fazer treinamento para as relações públicas e governamentais via videoconferência. Não basta ter o digital incorporado ao dia a dia. É preciso ser natural, persuasivo e presente enquanto uma videoconferência acontece. A In Press Oficina, por exemplo, tem treinamentos importantes via videoconferência.
Conexão mental — a intermediação da ferramenta nunca dará o mesmo calor de uma reunião presencial. É bem verdade. Mas pode ficar pior. Uma videoconferência sem o devido controle pode atrapalhar, e muito, uma reunião de relacionamento. Quando há barulho na sala, problemas com a internet, interrupções para resolver problemas externos, a conexão mental se desfaz e o clima de boa-vontade e compreensão acaba.
Por tudo isso, a dica é: treinar, treinar e treinar.
Comissão do Coronavírus na Câmara empurra a aprovação de projetos prioritários

A comissão externa que analisa propostas de ações preventivas ao coronavírus reuniu-se virtualmente, na manhã desta quinta-feira (2/4), para priorizar os projetos de lei sobre medidas de contenção dos impactos da Covid-19 no país.
Entre os projetos destacados pelo grupo está o que isenta de impostos equipamentos de proteção individual para profissionais de saúde. A demanda era do Conselho Federal de Enfermagem.
Diversos parlamentares, inclusive aqueles sem histórico com a pauta da Saúde, participam do colegiado como forma de se manter próximo ao tema prioritário do momento. No entanto, o debate é conduzido pelos parlamentares médicos Luizinho (PP/RJ), Hiran Gonçalves (PP/RR), Alexandre Padilha (PT/SP) e a enfermeira Carmen Zanotto (Cidadania/SC).
Desde o dia 11 de março, a comissão apresentou mais de 30 indicações, das 140 que tramitam na Câmara sobre o tema. Priorizou pelo menos 20 projetos de lei que foram levados ao colégio de líderes da Câmara, onde são definidas as pautas de votação.
Enquanto o sistema de deliberação remota não alcança as comissões, o colegiado se torna um dos principais meios de ter o pleito atendido. A comissão, funcionando como um grupo de trabalho virtual, foi capaz de, em 7 reuniões realizadas desde sua instalação, empurrar a aprovação de 8 projetos de lei no Plenário da Câmara.
A importância do PL nº 1179/20

Amanhã (3/4), o Senado Federal deverá realizar sessão remota às 10h da manhã. Na pauta, o PL nº 1179/20, de autoria do senador Antonio Anastasia (PSD/MG), estabelece regimes jurídicos emergenciais e transitórios das relações jurídicas de direito privado no período da pandemia de Covid-19.
A matéria prorroga a data para entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) por 18 meses. Mas o projeto traz muito mais que isso, mudando regras para:
- atos associativos, como reuniões de colegiados e assembleias, que poderão ser feitos remotamente;
- despejos de imóveis residenciais, que ficam suspensos até 31 de dezembro de 2020;
- contratos agrários, que são flexibilizados, mas mediante a suspensão da contagem de tempo para usucapião;
- prisões por dívida alimentícia, que passa a ser sempre domiciliar;
- conclusões de inventários, que têm seus prazos prorrogados;
- dividendos e outros proventos, que poderão ser declarados durante o exercício social de 2020;
- delivery de produtos, que fica livre do prazo de desistência de 7 dias;
- prazos prescricionais, que ficam suspensos até 30 de outubro de 2020.
Quem é?

Ex-governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia foi, por muito tempo, um dos principais nomes do PSDB mineiro. Atuou como vice de Aécio Neves (PSDB/MG) no governo do estado, ficando no cargo após o governador renunciar para concorrer à Presidência da República. Elegeu-se no pleito seguinte. Senadora partir de 2014, chegou a concorrer novamente ao governo em 2018, mas foi derrotado por Romeu Zema (Novo).
No final de 2019, Anastasia deixou o PSDB e se filiou PSD. Oficialmente, por “desgastes internos”. No entanto, a decisão foi tomada depois de correntes do partido tucano comandadas pelo governador de São Paulo, João Doria, tentarem expulsar Aécio Neves, seu principal aliado, do partido. Especulou-se, na época, que o ex-governador e agora deputado federal também deixaria o PSDB.
Anastasia assumiu a Presidência do Senado Federal em 19 de março, com o afastamento do senador Davi Alcolumbre (DEM/AP), diagnosticado com Covid-19. No cargo, segundo fontes, vem conduzindo os trabalhos com ampla interlocução com Alcolumbre e com Rodrigo Maia (DEM/RJ), presidente da Câmara dos Deputados.
Webinar: Maia e o recomeço
O jornal Valor Econômico vai promover um Webinar amanhã (3/4), 9h, com a participação do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ). O tema: Proposta para o Recomeço. Transmissão via LinkedIn, Facebook e Youtube.
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