Crédito: EBC
A CPI inevitável
A Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19 não tem data ainda para ser instalada, mas tornou-se inevitável. Os membros foram devidamente indicados e confirmados pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM/MG). O momento é de extrema atenção para aqueles que têm negócios que possam ser impactados pelos debates no Congresso Nacional e, principalmente, para os que podem vir a ser citados de alguma forma por algum parlamentar.
Equipes de Relações Institucionais e Governamentais e gestores de crise precisam se apressar. Tudo indica que a próxima semana será de muita conversa pelas plataformas de videoconferência que oferecem maior proteção de dados. Hora de estudar quem são os verdadeiros aliados e quem não são. Hora de entender quais os parlamentares neutros com relação ao tema e que poderão ser assediados por assessorias, por exemplo, de empresas concorrentes.
Médico na oposição
Há médico na CPI? Sim. O petista Humberto Costa (PE), por exemplo, é médico, pós-graduado em medicina geral comunitária, clínica médica e psiquiatria. Ex-ministro da Saúde, ele deverá discursar com a autoridade de quem já esteve na cadeira principal do Bloco G da Esplanada dos Ministérios. É muito provável que protagonize debates aquecidos. Importante entender o que isso representa.
Ou seja, é hora de mapeamento de stakeholders com atenção, naturalmente, a todos os cuidados exigidos pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais.
Telelobbying em ação
Com o avanço nas tratativas, assessores de órgãos governamentais e relações institucionais de empresas já estão circulando por Brasília, articulando conversas. Muitos fazem o já consolidado telelobbying (lobby por redes sociais, de preferência, que garantam certa segurança e proteção de dados). Tudo ainda acontece, entretanto, muito nas coxias.
Quem comandará o relatório final?
Enquanto o Planalto recupera o fôlego, há uma briga de peso sendo travada nos bastidores de Brasília pela relatoria do colegiado. Na disputa, estão políticos experientes como os senadores Randolfe Rodrigues (Rede/AP) e Eduardo Braga (MDB/AM). Este último, vivenciou de perto o drama de seu estado e vem reunindo argumentos, dados e informações desde o início do ano. Já Randolfe, autor do requerimento de instalação da CPI, afirmou, hoje, em entrevista à Agência Senado que “a CPI será uma medida sanitária contra a pandemia”.
Também há a possibilidade de o senador Renan Calheiros (MDB-AL) ser escolhido o relator, tudo o que o Planalto não quer. Presidente da Casa Legislativa por duas vezes, Calheiros conhece o Senado como poucos e é a encarnação da velha política que Bolsonaro jurava combater até se aliar ao Centrão.

Holofote
A mudança de postura do governo dos Estados Unidos em relação aos temas ambientais desde a posse do presidente do Joe Biden – o que incluiu a volta do país ao Acordo de Paris – deve deixar o Brasil sozinho sob os holofotes na reunião da Cúpula Global sobre o Clima, nos dias 22 e 23 de abril.
A uma semana do encontro, a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) recomendou ao Brasil zerar o desmatamento. A mudança de postura do governo Jair Bolsonaro na área ambiental é o ponto de partida para o início das negociações de entrada do Brasil para o grupo.

Segunda dose
Nas contas do Ministério da Saúde, 1,5 milhão de brasileiros não tomaram a segunda dose da vacina anti-Covid dentro do prazo estabelecido pelos fabricantes. Ou seja, o processo de imunização não foi concluído, o que pode levar a casos mais graves da doença em caso de infecção. Para o secretário-executivo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Mauro Junqueira, esse número é muito menor. A defasagem, segundo Junqueira, deve-se à demora dos municípios em informar o MS as vacinas aplicadas. Mesmo quem perdeu o prazo da segunda dose deve procurar o posto de saúde mais próximo para regularizar a situação.
Vacina suspensa
Desde março, sete países europeus suspenderam a aplicação da vacina anti-Covid do laboratório AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford. Na Alemanha, a medida ainda é provisória, mas na semana passada decidiu-se aplicar imunizante de outros laboratórios como segunda dose para quem recebeu a primeira do laboratório inglês.
Na Dinamarca a suspensão é definitiva. As autoridades de saúde do país justificaram a decisão por causa dos “raros, mas graves” casos de trombose do seio venoso em pessoas que receberam o imunizante.
A Agência Europeia de Medicamentos informou uma “possível” relação entre o imunizante e a trombose, mas ressaltou que os benefícios da vacina superam os riscos e defendeu a manutenção da vacina em toda o continente. O apelo não funcionou. Itália, França, Portugal, Reino Unido e Noruega mantiveram a suspensão provisória.

Crédito: Marcelo Ferraz/UOL
Enfim, prescrito
O ex-jogador de futebol Edmundo deve se livrar da pena de quatro e meio de prisão por ter sido responsável por um acidente de trânsito ocorrido em 1995 que deixou três mortos e outros três feridos. Edmundo foi condenado por homicídio culposo e lesão corporal na primeira e segunda instâncias da Justiça fluminense e chegou a ser preso em 1999 e em 2011.
Ainda em 2011, o então ministro do STF Joaquim Barbosa declarou extinta a punibilidade do ex-atleta por entender que o crime havia prescrevido. Os atuais ministros têm até hoje (16 de abril) para decidir se mantêm a decisão de Barbosa. Faltando apenas o voto da ministra Rosa Weber, a Corte já formou maioria em defesa da tese da prescrição. Se nenhum ministro mudar seu entendimento, Edmundo continuará livre e não poderá mais ser julgado pelo acidente.

O Rei faz 80
Roberto Carlos faz 80 anos nesta segunda-feira, 19 de abril, em isolamento. O cantor pediu aos fãs que costumam se aglomerar em frente ao seu prédio, no Rio de Janeiro, que se protejam e fiquem em casa porque, ao contrário dos anos anteriores, não haverá saudação da janela.
Mas a data não vai passar em branco. Estão chegando às livrarias três biografias: Querem Acabar Comigo, escrita pelo pesquisador Tito Guedes, já está a venda. Na segunda, será lançada Roberto Carlos– Por Isso Essa Voz Tamanha, do jornalista Jotabê Medeiros. Também é esperada Roberto Carlos, Outra Vez, de Paulo Cesar Araújo.
Em 2006, Araújo lançou Roberto Carlos Em Detalhes, mas o livro foi recolhido em março de 2007 após acordo judicial do cantor com a editora Planeta. A história da censura foi contada em O Réu e o Rei, lançado pela Companhia das Letras em 2014.
Para comemorar, separamos uma playlist com a obra do Rei.