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Ao pensar estratégias de relacionamento com o poder público, os caminhos que se oferecem muitas vezes parecem mais desviar do que direcionar. Lobby, relações governamentais, advocacy, public affairs e outros termos são tratados e interpretados à revelia, confundindo o planejamento.
Para melhor definição da estratégia nas organizações, é primordial ter em mente três conceitos: causa, mensagem e mensageiro.
Causa
Fala-se em causa quando o propósito da organização vai ao encontro das demandas da sociedade. Leia-se: vai além do discurso. Tem relevância para além dos interesses do setor privado.
Uma causa tem capacidade de fortalecer mensagens e unir mensageiros. Assim, amplifica estratégias de relacionamento com o poder público.
Como o advocacy está diretamente ligado à mobilização popular, está necessariamente ligado a uma causa capaz de mobilizar grupos em torno de um objetivo. Também por causas serem necessariamente relevantes para a sociedade, o advocacy acaba sendo tratado como o “lobby do terceiro setor”.
No entanto, estratégias de lobby ou relações governamentais podem ter e, muitas vezes, têm uma causa, demonstrando que o propósito da empresa é importante para a população. Da mesma forma, se empresas geram mobilização em torno de uma causa, fica claro que o advocacy não se restringe a organizações não-governamentais.
A mensagem
Lobby é relacionamento. E, como todo relacionamento, tem na comunicação uma premissa básica para que funcione. Assim, fica evidente que a mensagem tem papel central nesse processo. A mensagem precisa ser clara, concisa e autêntica.
O mensageiro
Uma mensagem pode chegar ao interlocutor de diferentes formas. Por via direta, com reuniões de representantes com stakeholders estratégicos, ou por via indireta, por meio da mobilização de grupos de interesse que levam a mensagem ao interlocutor.
Cada um desses transportadores, ou mensageiros, tem papel central nas relações institucionais governamentais. No entanto, uma mensagem reinterpretada se torna uma nova mensagem. Portanto, para que a comunicação ocorra de forma eficiente, a estratégia de relacionamento exige sincronicidade.
Mensagens-chave
Mensagens-chave devem estar bem definidas, porta-vozes devem estar bem treinados e a comunicação mobilizadora deve ser feita de forma a otimizar a tradução da mensagem para diferentes públicos e, assim, garantir que esta chegue corretamente ao interlocutor final.
Tal sincronicidade exige uma estratégia global, que integre diferentes esforços de comunicação e relações institucionais e governamentais, chegando, portanto, a uma estratégia de public affairs.
LGPD exige adaptação rápida para que empresas evitem problemas financeiros e reputacionais

Os impactos das mudanças trazidas pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) estiveram no centro da Arena de Ideias, transmitido nesta quinta-feira pela In Press Oficina. O tema foi amplamente debatido sob a luz da expertise de Fabrício da Mota, advogado e indicado pelo Senado para compor o Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e Propriedade; Leonardo Bessa, procurador de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT); e a sócia-diretora da In Press Oficina, Patrícia Marins.
A LGPD entra em vigor este mês. Segundo o advogado Fabrício da Mota, em caso de descumprimento, as penalidades irão desde uma advertência até o pagamento de multa. No entanto, ele avalia que a sanção mais severa é a publicização da infração, que pode causar prejuízos irreparáveis à reputação da empresa.
“A princípio, as pessoas acham que a multa de até 2% do faturamento anual é o pior que pode acontecer. Mas eu não concordo. A publicização é uma penalidade que vai repercutir na imagem da empresa e pode ter consequências econômicas mais graves que a penalidade. Há uma visão reputacional muito clara na lei”, afirmou.
Simplicidade e transparência são o caminho
Do mesmo modo, Bessa ressaltou que o foco da lei é a privacidade e a proteção de dados. Porém, lembrou que os direitos não são absolutos. “No momento que é preciso de dados para combater uma pandemia, por exemplo, evidentemente, o direito à proteção de dados sofre uma limitação legitima”, disse.
O procurador destacou ainda que medidas simples e transparentes serão um diferencial para a reputação das empresas na proteção das informações pessoais. “Acredito muito na criatividade do empresário de mostrar, de forma simplificada, ao consumidor como tratará os dados dele. Tenho certeza de que essa empresa fará diferença positiva no mercado”, salientou.
Patrícia Marins, por sua vez, reforçou que as empresas terão que se adaptar para acompanhar as mudanças previstas na legislação. Segundo ela, a In Press Oficina está atenta à LGDP desde o início do ano e já criou uma plataforma para facilitar o cumprimento da lei.
“Não tem como falar de dados sem falar de gestão reputacional. Olhando o que o mundo está colocando, a gente se antecipou em lançar uma plataforma de soluções LGPD para fazer o diagnóstico, entender quais são os riscos e criar um plano de trabalho. É um trabalho multidisciplinar: Comunicação, Jurídico, Tecnologia da Informação”, explicou.
Não deixe de acompanhar esse debate na íntegra.
O Antilobista

O presidente da República, Jair Bolsonaro, apresentou oficialmente ao Congresso Nacional a proposta de reforma do serviço público. Para evitar reações políticas e facilitar a aprovação do projeto de lei, ele garantiu que as novas regras não afetassem os atuais servidores públicos — um dos setores mais ativos nos bastidores da política em Brasília.
Rodrigo Maia (DEM/RJ) correu na frente e endureceu o discurso para servidores da Câmara dos Deputados, propondo na noite ontem (2/9), a redução do quadro atual da Casa. Segundo ele, o setor político precisa enfrentar temas de interesse como as reformas tributária e administrativa se quiser resgatar o respeito da sociedade, e “não ceder a lobbies”.
Vale lembrar que há um ano, Bolsonaro engavetou a reforma administrativa. Entre idas e vindas, o governo quebrou algumas de suas promessas ao postergar a apresentação das mudanças no sistema trIbutário e ainda não apresentou uma reforma tributária completa, apesar de ter sido anunciada como uma das prioridades de campanha em 2018.
Os presidentes
Na reta final de seus mandatos, Maia e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM/AP), puxam o barco, mas terão grandes obstáculos à frente. Além de tentar se esquivar dos esforços de detratores da agenda reformista, os presidentes correm contra o tempo em meio à difusão de interesses das eleições municipais.
Por outro lado, os dois líderes remam com ajuda de uma base governista reforçada. Como se sairão? Vale monitorar.
A Reflexão

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