Não é de hoje que a palavra “democracia” tem um peso grande quando se trata de Brasil. Desde o movimento Diretas Já, em 1983/84, a palavra traz significados profundos para as defesas de direitos e de causas dos brasileiros. As Eleições 2018, consideradas as mais polarizadas da história do país, trouxeram à tona todas as questões relacionadas à dita Democracia (com D maiúsculo, poderosa, inquestionável), principalmente no ambiente digital (redes sociais, plataformas de mensagens e afins).
A partir daí então, o termo se transformou em jargão e virou um trampolim para quem quer ser bem-visto pela população. Principalmente em época de eleições. E, não se enganem, as Eleições 2022 já começaram. Prova disso é o que vimos no dia 7 de setembro de 2021.
Análise das citações do termo no ambiente digital mostra que, em 2018, no dia 28 de outubro (dia do primeiro turno das eleições para Presidente da República), as menções nas redes “explodiram”. Foram mais de 70 mil citações à democracia. Mas, depois disso, é possível ver que a vida continuou e o tema “esfriou”.
Quase um ano depois, a análise do 7 de setembro de 2021 traz a data como o pico de menções sobre o assunto, com mais de 60 mil publicações (60.437).

Se em volume de menções fica claro que o termo é mais utilizado em momentos políticos decisivos, é curioso ver como a Democracia é explorada por quem tem mais interesses no poder — de ambos os lados. Em 2018, os principais publicadores sobre o tema eram quase todos representantes ou simpatizantes da “esquerda”. Já em 2021, quem fala sobre a democracia são os membros da “direita”, ou portais de notícia.

“A democracia é o governo do povo, pelo povo, para o povo.”, disse Abraham Lincoln, 16º presidente do Estados Unidos. Pode até ser. Mas no Brasil atual, a democracia tem-se mostrado uma ferramenta para ganhar likes, seguidores e apoiadores no ambiente digital. Até quando?
Raquel Costa, Gerente de Digital Business na Oficina Consultoria