Os desafios de gerir pessoas em home office
O mês de março de 2020 provavelmente marcou a vida dos brasileiros para sempre. Assim como o 11 de setembro nos EUA, o anúncio de isolamento no país por conta de um vírus desconhecido e devastador virou a vida de todo mundo de cabeça para baixo. Pessoal, e, principalmente, profissionalmente. “Daqui a duas semanas a gente volta”, acreditamos. Saímos, deixando as coisas na gaveta. Mas, quase um ano e meio depois, ainda estamos em casa. E assim será.
Para além das mudanças de rotina, aquela que não nos acostumamos até hoje é a distância no dia a dia. Apesar de sermos um núcleo de comunicação digital, sempre conectados, tivemos que nos acostumar a estar on-line permanentemente. Aquela coisa de ir à mesa do coleguinha para tirar uma dúvida ou trocar uma ideia, se transformou em mensagem no Slack ou, no terror do home office: o famigerado link de reunião.
Como gestora de uma equipe com mais de uma dezena de pessoas, surgiram sete tipos de medo: e agora? Como manter a equipe empolgada? E a saúde mental deles? E a minha? Não vou ver ninguém trabalhando, dá para confiar? Como vai ser a relação deles com os clientes? E com a empresa? Se gerir pessoas não é tarefa fácil, gerir pessoas em uma pandemia é uma das missões mais desafiadoras da minha vida profissional.
Alguns aprendizados do período: precisamos de líderes, não de chefes; assim como você, sua equipe sente, reage, responde, ou se aquieta; lucro é bom, mas ter empatia é melhor ainda; se o trabalho é de equipe, o resultado (seja ele qual for) também é; feedback não é só corretivo; respeito aos horários e necessidades pessoais é fundamental e inegociável; e o mais importante: ninguém faz nada sozinho. Construa profissionais, não se aproveite deles. Reconheça os esforços e a dedicação das pessoas. Sempre. Os resultados – financeiros e de reputação – são apenas consequência.
Raquel Costa, Gerente de Digital Business