Foto: Jovem Pan
A disputa é municipal, mas servirá para reforçar o campo de aliados regionais. Também funcionará como test drive de composições das forças partidárias para as eleições de 2022. Assim, a cada dia, entram em cena caciques da política para turbinar candidaturas locais Brasil afora.
O apoio de políticos ilustres pode ser o fator decisivo nas campanhas. Tanto que inúmeros candidatos optaram por registrar candidaturas com o nome de famosos, de quem é afilhado político ou simplesmente alinhado ideologicamente.
Levantamento do Congresso em Foco mostra que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebeu inscrição de 84 candidatos com o nome Bolsonaro, e apenas três justificam-se pelo parentesco. Também foram formalizados registros de outros 185 Lulas, 99 Tiriricas e até de nomes inspirados em quem nada tem a ver com a política local, como os 18 Obamas e três Trumps.
A corrida por voto levou o Congresso a decretar recesso branco essa semana. Uma pausa para parlamentares candidatos a prefeitos ou vice e também quem não concorre diretamente poder atuar nas campanhas.
O presidente Jair Bolsonaro também aproveitou a última live semanal para passar o recado: “Quando faltarem duas quintas-feiras para as eleições, vou fazer campanha para alguns candidatos no Brasil”. A repercussão foi imediata e relacionada à mudança de postura de neutralidade.
Não citou nomes, mas cidades: São Paulo, Santos, Manaus, Belo Horizonte, Fortaleza. A lista, provavelmente, será expandida e, mesmo antes da data anunciada na live, o presidente já apareceu em vídeos gravados para Celso Russomano (Republicanos) e Bruno Engler (PRTB-MG).
Sucessão na Câmara: pedra no caminho da CMO

A Comissão Mista do Orçamento (CMO) por si só atrai atenções. É a responsável por apreciar a proposta de como e onde serão aplicadas verbas da União no ano seguinte. Desta vez, mais um fator endossa a relevância dessa comissão: a disputa da sucessão na Câmara dos Deputados.
Fazer o presidente de uma das mais importantes comissões sinaliza força e pode refletir na arregimentação de aliados na escolha do futuro presidente da Câmara. Uma disputa que antagoniza o atual presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o líder do bloco do Centrão, Arthur Lira (PP-AL). Maia trabalha para colocar como substituto um de seus correligionários, mas Lira também está no páreo, entre os vários candidatos.
E, no meio do caminho, a presidência da CMO pode acabar sendo decidida mesmo no voto. Anualmente, há revezamento entre as duas Casas Legislativas para presidir a CMO e o nome é indicado pelo maior bloco de partidos que se forma logo no início do ano.
Em 2020, a função está a cargo de um deputado e o acordo inicial fechava com o nome do deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), preferido por Maia. No entanto, Lira está tentando emplacar Flávia Arruda (PL-DF). Sem definição, a CMO não pode ser instalada e já foi motivo para obstrução das votações na última sessão antes do recesso branco.
Eleições municipais atrasam calendário político, mas negociações seguem nos bastidores

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata do Pacto Federativo segue como principal pauta das reuniões do alto escalão em Brasília. O governo tem dito que pretende deixar a proposta relatada pelo Senador Márcio Bittar (MDB/AC) na geladeira até o fim das eleições municipais.
No entanto, nesta terça-feira (13/10), o senador agropecuarista esteve em reunião fechada com o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes. A promessa da equipe econômica do governo Bolsonaro é resolver todas as questões do Renda Cidadã, novo programa de distribuição de renda substituto do Bolsa Família, na PEC 188/20.
Diante do imbróglio em torno do tema, o senador Márcio Bittar é o que mais tem ganhado com o entrave político. Além de empoderar Paulo Guedes, enfraquecido depois da série de desentendimentos, exonerações e declarações, Bittar tornou-se o porta-voz direto do ministro no Senado Federal.
A PEC Emergencial, uma das três que compõem o Programa Mais Brasil, passou para a mão de Bittar na última semana. A troca não foi involuntária, já que a PEC 186/20, que propõe diminuir os gastos com salários de servidores públicos, estava sob a responsabilidade do senador Oriovisto Guimarães (Podemos/Paraná). Mas, senador de primeiro mandato, Oriovisto indicou que incluiria a proibição de corte de carga horária e salários de servidores da saúde, segurança e Judiciário.
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