Cooperação intergeracional nas empresas pode ser a chave para ambientes mais inovadores e disruptivos
Escutar os jovens que estão chegando agora ao mercado de trabalho, compreender e aceitar a diversidade, com as diferentes visões que compõem um ambiente corporativo, pode ser um diferencial para as empresas que querem inovar e se manter vivas. Esse foi um dos principais ensinamentos do Arena de Ideias “Entender o que quer a Geração Z pode significar a sobrevivência de negócios”, promovido nesta quinta-feira (23), pela Oficina Consultoria de Reputação e Gestão de Relacionamento.
Para o founder da Agência Mermaid, Murilo Rezende, o que define uma geração é a realidade em que ela vive e isso se aplica à Geração Z. “Eles vêm numa posição de questionar. Esse lado de entender a comunidade, de você perceber que não constrói nada sozinho, de sempre trabalhar em conjunto. Eles estão vendo o que aconteceu. Eles veem as gerações anteriores, a falta de cuidado com o meio ambiente, ou o demasiado trabalho, as crises de ansiedade, as doenças psicológicas, até os efeitos da pandemia. Eu acho que, nesse contexto, eles vêm mais conscientes”, disse.
Rezende ressaltou que os profissionais da geração Z têm uma visão muito clara do que querem do trabalho e são pragmáticos e analíticos. Eles esperam construir em conjunto, pois têm muito forte essa sensação de comunidade.
Rezende ressaltou que os profissionais da geração Z têm uma visão muito clara do que querem do trabalho e são pragmáticos e analíticos. Eles esperam construir em conjunto, pois têm muito forte essa sensação de comunidade.
“Essa convivência intergeracional tem sido observada como um grande potencial de criação, inovação e desenvolvimento de criatividade”, argumentou a diretora-executiva da Oficina, Liliane Pinheiro, responsável pela mediação do webinar. Segundo ela, isso já pode ser observado nas empresas e, inclusive, em instituições mais tradicionais, que estão construindo espaços e programas direcionados à integração das diversas gerações, como os co-labs, prezando por um local de escuta e colaboração, ao invés de conflito.
Na visão da jornalista, vice-presidente do Ideia Instituto de Pesquisa e partner da Behup, empresa de tecnologia e inteligência de dados, Cila Schulman, o mercado precisa se adaptar à essa geração mais jovem. “Hoje, eu não enxergo alguém do mercado que consiga sobreviver sem levar em consideração a emergência climática, as dificuldades financeiras e as angústias dessa nova geração”, elencou. Um ponto que reforça esse cenário, destacou, é que, há 50 anos, uma marca que se colocasse politicamente estava fadada ao insucesso – comportamento completamente contrário ao que se vê atualmente.
Ambiente de escuta
Cila Schulman trouxe ainda sua experiência de vida como um exemplo. “Eu tenho quase 60 anos e acabo lidando com toda essa questão geracional de um lugar muito privilegiado. Porque eu trabalho com dados e tecnologia, ou seja, trabalho com muitas gerações mais novas no meu dia a dia, mas, ao mesmo tempo, tenho essa vivência”, relatou. “Temos que ter, realmente, esse mix de gerações nas organizações, mas não só porque tem que ter, mas porque a gente, de fato, quer ouvir o que essa geração nova tem a dizer”, complementou.
E como manter esse canal sempre aberto entre as diversas gerações que convivem no ambiente corporativo? “O que os profissionais esperam das lideranças das organizações é escuta, transparência, abertura para diversidade nos seus times e deixar muito claro esse propósito e essas ideias da empresa onde ele trabalha”, afirmou Murilo Rezende.
Onde assistir
O Arena de Ideias é o webinar semanal, aberto ao público, promovido pela Oficina Consultoria de Reputação e Gestão de Relacionamento que traz nomes de relevância no mercado para debater assuntos em pauta na sociedade brasileira. Transmitido ao vivo, está disponível no YouTube, Spotify e Linkedin.