Procuram-se vices
Há vagas para pré-candidato à vice-presidente da República. Mas o papel não pode ser decorativo, como definiu o então vice Michel Temer. Os interessados devem compensar fragilidades do protagonista da chapa presidencial. Candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL) já tem em mente uma certeza: não reeditará a parceria com Hamilton Mourão. E já está convicto de um perfil: mineiro, nordestino ou general. Um dos nomes que surge é do ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD/RN). Mas o nome mais forte seria do ministro da Defesa, general Walter Braga Netto.
A busca pelo voto evangélico traz outros dois personagens: o ex-senador Magno Malta (PL) e a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, correndo por fora. O Centrão quer ter lugar de fala na discussão e o deputado pernambucano Luciano Bivar trabalha para ser o escolhido levando para a aliança o União Brasil, partido da fusão de DEM e PSL. Como é bem característico do bloco, a mesma oferta também é feita ao pré-candidato Sérgio Moro (Podemos).
Pintou o clima

É cada vez mais real a possibilidade de Geraldo Alckmin deixar o PSDB para formar chapa com Luiz Inácio Lula da Silva no ano que vem. O tucano vem preparando o discurso para topar o desafio de ser vice do adversário nas eleições de 2006, citando alianças históricas que surgiram para promover mudanças no país, como a de Fernando Henrique Cardoso com o PFL no pós-ditadura.
O PSB trabalha para ter Alckmin entre os filiados, mas quer discutir palanques regionais antes do acerto final. A principal divergência é São Paulo, onde Fernando Haddad (PT) e Márcio França (PSB) não abrem mão da candidatura ao governo estadual. Alckmin é visto como um ótimo nome para diminuir as resistências dos eleitores contrários ao PT.
Se o relacionamento com Alckmin se desgastar, o governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), é um nome colocado para vice, com as bênçãos do seu pai, o senador Renan Calheiros, aliado de Lula.
Movimento tucano

A senadora Simone Tebet lançou a pré-candidatura à presidência da República pelo MDB esta semana, mas é cortejada pelo também pré-candidato João Doria (PSDB) para ser vice na chapa. O tucano ainda não aparece ser competitivo, mas tenta construir uma aliança. Na cabeça de Doria, a terceira via precisa de uma frente ampla. O governador de São Paulo não descarta convencer Sérgio Moro (Podemos), que bate Doria nas pesquisas de intenção de votos mais recentes, a ser seu vice ou até mesmo o candidato apoiado pelo tucano à vaga de senador por São Paulo.
Doria e Moro estiveram juntos esta semana e pretendem fazer conversas permanentes. Mas analisando pesquisas que mostram o derretimento de Bolsonaro e consolidação das intenções de votos em dois dígitos, Moro se vê numa posição mais favorável e espera até março conseguir polarizar a disputa com Lula.
Apresentando armas

Pré-candidato à presidência da República, Ciro Gomes (PDT) demonstrou que não vai poupar ninguém na disputa. O primeiro vídeo da pré-campanha, já com pinceladas do marqueteiro João Santana, mostra o tom duro que o ex-governador do Ceará pretende adotar na campanha. Ele classifica os adversários como “iguaizinhos” e não poupa referências depreciativas. Doria é “calças engomadas”; Sergio Moro, “togas sujas”; Jair Bolsonaro, “fardas rotas”; e Lula, “macacões de bolso de fundo falso”.
A propósito, o PDT pode repetir a chapa das eleições de 2018: Ciro e a senadora Kátia Abreu (PP/TO). Outro nome citado por Ciro mais de uma vez é o do apresentador José Luiz Datena, que vem falando em apoiar João Doria.
Fim da trégua

O compromisso de Jair Bolsonaro de evitar críticas ao Supremo Tribunal Federal não chegou ao Natal. Exatos três meses após o anúncio da trégua costurada pelo seu antecessor Michel Temer, o presidente voltou a vociferar contra o ministro Alexandre de Moraes. Em entrevista ao jornal paranaense “Gazeta do Povo”, Bolsonaro criticou a abertura do inquérito contra si por associar a Covid-19 com a Aids.
“É um abuso. Ele está no quintal de casa, será que ele vai entrar? Será que vai ter coragem de entrar? Não é um desafio para ele, quem está avançando é ele, não sou eu”, atacou. “Tudo tem um limite. Eu jogo dentro das quatro linhas, e quem for jogar fora das quatro linhas não vai ter o beneplácito da lei. Se quiser jogar fora das quatro linhas, eu jogo também. Não pretendo fazer isso, isso não é ameaça para ninguém, mas que cada uma dessas pessoas façam um juízo da sua consciência do que estão fazendo”.
No auge dos xingamentos a Moraes, Bolsonaro já o chamou o ministro “canalha” e “otário”.
Para ficar de olho na semana que vem
– Na posse de André Mendonça como ministro do STF.
– Na votação na Câmara dos Deputados da parte da PEC dos Precatórios que não foi promulgada.
– Na escolha do novo ministro do TCU: a disputa pela vaga do ministro Raimundo Carreiro está entre os senadores Antônio Anastasia (PSD/MG), Fernando Bezerra (MDB/PE) e Kátia Abreu (PDT/TO).
– Na votação do Orçamento de 2022 com a manutenção das emendas de relator no valor de R$ 16 bilhões
Para ver no fim de semana
Um novo filme de animação promete colocar adultos e crianças em frente às telas: “Próxima Parada: Lar Doce Lar” estreia na Netflix retratando a importância da liberdade para os animais. Na história, a cobra Maddie, o lagarto Zoe, a aranha Frank, o escorpião Nigel e o coala Pretty Boy fogem de um zoológico australiano. Embora as aparências enganem, eles só têm uma missão: voltar ao habitat natural. O filme está disponível na plataforma de streaming a partir desta sexta-feira (10/12).