
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, na quinta-feira (20), resolução para dar mais celeridade à remoção de fake news das redes sociais. O texto, que recebeu o aval de todos os ministros, concentra poder nas mãos do presidente da Corte, Alexandre de Moraes, que poderá determinar até a suspensão temporária de acesso a determinadas plataformas digitais.
Na noite de ontem, a ministra do TSE, Maria Claudia Bucchianeri, suspendeu os efeitos de decisão que dava a Lula (PT) 164 inserções na TV como direito de resposta no tempo originalmente reservado ao presidente Jair Bolsonaro (PL). A Ministra acolheu recurso apresentado pela campanha de Bolsonaro e encaminhou o processo para avaliação do Plenário do Tribunal, que terá a palavra final sobre o assunto. Com a decisão, até que o Plenário analise o caso, Lula deve ter apenas 20 inserções de direito de resposta na programação eleitoral de Bolsonaro.
As sessões plenárias do Tribunal são realizadas duas vezes por semana, às terças e quintas-feiras. Além das duas, o presidente da Corte pode convocar sessões extraordinárias quantas vezes forem necessárias.
A fim de apaziguar embates entre Lula e Bolsonaro, ainda ontem (20), o presidente do TSE, Alexandre de Moraes convocou encontro com advogados da campanha dos presidenciáveis, para tentar firmar acordo em que os dois lados renunciassem a direitos de resposta nas propagandas eleitorais do adversário. Até o momento, não há consenso entre as partes para seguir com o entendimento.
Créditos consignados

O ministro Aroldo Cedraz, do Tribunal de Contas da União (TCU), recebeu parecer técnico do órgão recomendando a suspensão dos empréstimos consignados atrelados ao pagamento do Auxílio Brasil. Por isso, poderá enfrentar forte pressão do Poder Executivo, que apresentou a iniciativa após a realização do primeiro turno das eleições. Há indicativo de que o presidente da Câmara dos Deputados, e integrante da base do governo, dep. Arthur Lira (PP/AL), teria procurado o ministro para tratar do assunto. O posicionamento oficial do ministro Cedraz sobre suspensão ou não dos empréstimos atrelados ao benefício deve sair até o final desta sexta-feira (21).
Visualizações e voto
Entre outras agendas de campanha, a participação dos presidenciáveis em videocasts se tornou viral nas redes sociais. Na última terça-feira (18), Lula (PT) esteve no Flow, que tradicionalmente conversa mais com políticos de direita. Naquele momento, teve a chance de falar com um público diferente do tradicional que o apoia. Jair Bolsonaro (PL) foi convidado do Podcast Inteligência Limitada️ na noite desta quinta-feira (20). Em apenas 20 minutos no ar, o programa alcançou 1 milhão de espectadores simultâneos. Apoiadores digitais do candidato comemoraram o marco divulgando trechos do programa que viralizaram nas principais redes sociais. As aparições em programas de podcasts tem sido uma estratégia das campanhas dos candidatos para atingir as “bolhas”, mas também criar um atalho para ganhar destaque no debate público, especialmente no Twitter.
Aceno cristão
O encontro de Lula (PT) com lideranças evangélicas ganhou destaque em seus compromissos de campanha. Na quarta-feira (19), o ex-presidente fez a leitura e divulgou uma Carta Pública endereçada aos eleitores evangélicos. Na ocasião, esteve com líderes de vertentes distintas, entre eles o pastor Ariovaldo Ramos, coordenador da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito; a ex-ministra do Meio Ambiente e deputada eleita, Marina Silva (REDE/SP); além da senadora Eliziane Gama (Cidadania/MA), membro da Assembleia de Deus. Após o lançamento da Carta, a equipe de Bolsonaro vem trabalhando um contra-ataque religioso. Nesta reta final, os presidenciáveis têm intensificado articulações com lideranças cristãs para conquistar os votos dos indecisos. Todavia, Bolsonaro reitera perante suas bases que seria o candidato a incorporar pautas conservadoras de segmentos diversos.
Voo solo
O presidente Jair Bolsonaro (PL) será entrevistado pela CNN nesta sexta-feira (21), após Lula (PT) informar que não participará do debate promovido em pool, entre outros veículos, com o SBT, Estadão, Veja. A CNN informou que, segundo regras previamente acertadas com as campanhas, com a ausência de Lula, Bolsonaro – que confirmou presença – será entrevistado pelos jornalistas do pool. O encontro está marcado para às 21h e tem previsão de durar uma hora. A Coligação Brasil da Esperança, responsável pela candidatura de Lula, alegou “incompatibilidade de agendas”. Apoiadores de Lula já subiram a #LulaNoFelipeNeto no Twitter pedindo uma entrevista do influenciador digital com o ex-presidente no mesmo horário da entrevista de Bolsonaro.