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Governadores não são personagens frequentes de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs). Em respeito à autonomia federativa, só podem ser investigados pelas assembleias legislativas, o que os torna raros em investigações protagonizadas pelo Congresso Nacional. Ainda assim, não houve surpresa na convocação de nove governadores pela CPI da Covid, na última quarta-feira (26/5).
O que permitiu o “convite” foi a inclusão como fato determinado da CPI a apuração do destino dos recursos enviados pelo governo federal a Estados e municípios para o enfrentamento da pandemia. Os senadores governistas, que batalharam pela inclusão desse item entre as suspeitas a serem investigadas, comemoraram as convocações e chegaram a falar em nova fase da CPI. Mas a estratégia de desviar os holofotes de Brasília pode não render os frutos esperados.
Só foram convocados os governadores em cujos Estados a Polícia Federal já esteve atrás de dinheiro público supostamente desviado. Desses nove estados, quatro são comandados por aliados do governo federal ou por eleitos que associaram sua imagem à do então candidato a presidente Jair Bolsonaro.
Risco
Os governistas estão cientes do risco, mas bancaram a aposta depois de um mês em que os senadores só ouviram ministros ou ex-ministros, expondo o governo federal. Nas próximas três semanas, os depoimentos serão de especialistas da área da saúde. Até que chegue sua vez, os governadores devem recorrer ao Supremo Tribunal Federal para evitar a presença na CPI.
Foi o que fez, em 2012, o então governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Convocado pela CPI que investigava os negócios do bicheiro Carlinhos Cachoeira, Perillo ficou desobrigado de comparecer ao Congresso Nacional por decisão do ministro Marco Aurélio Mello. Por mais convincentes que sejam as explicações que tenham para dar, a sala de audiências da Comissão não é o melhor lugar para se estar a pouco mais de um ano do início formal da campanha eleitoral.
Morte acidental?
Numa das poucas vezes em que um governador foi chamado a falar numa CPI, o depoimento tornou-se célebre justamente por não ter ocorrido. Em maio de 1992, o governador do Acre, Edmundo Pinto (PDS), foi assassinado 48 horas antes da data marcada para falar aos parlamentares que investigavam o desvio de verbas do FGTS por meio de obras superfaturadas em Rio Branco.
Pinto foi morto com dois tiros num hotel em São Paulo. Os autores do crime ainda levaram cerca de R$ 1,6 mil (em valores de hoje) do governador e US$ 1,5 mil de um hóspede norte-americano. O homicídio acabou investigado noutra CPI, a da Pistolagem. O relatório do então deputado Edmundo Galdino cravou morte por encomenda. “Parece evidente que quem mata para roubar não deixa de levar o relógio caríssimo que a vítima ostentava no pulso, nem “esquece” os milhares de dólares que estavam na gaveta”, diz o relatório. A polícia paulista sustentou a tese de latrocínio.
Antes de morrer, o governador depôs na CPI aberta na Assembleia Legislativa do Acre para apurar fraudes numa obra de urbanização em Rio Branco. Dias depois desse depoimento e pouco antes da morte de Pinto, o prédio da Assembleia foi destruído por um incêndio provocado, segundo a perícia, por um problema num aparelho de ar-condicionado.
Crédito foto: Arquivo pessoal Rodrigo Pinto
Semana decisiva
Além da convocação para falar à CPI da Covid, o governador do Amazonas, Wilson Lima, tem outra preocupação. Está prevista para a sessão da próxima quarta-feira (2/6) do Superior Tribunal de Justiça (STJ) a apreciação da denúncia da Procuradoria-Geral da República em que Lima é denunciado por corrupção pela compra de respiradores numa loja de vinhos de Manaus.
Crédito foto: Divulgação
Gol contra
Os recursos movimentados pelo futebol brasileiro, grande motor de patrocínios e publicidade, foram fortemente afetados pela pandemia de Covid-19. As receitas médias obtidas pelos 20 maiores clubes caíram 19,5% (de R$ 6,1 bilhões de 2019 para R$ 5,1 bilhões) entre 2019 e 2020, de acordo com estudo apresentado este mês pela consultoria de marketing esportivo Sports Value.
As áreas mais prejudicadas foram as de direitos de TV e premiações (R$ 636 milhões a menos) e bilheteria (queda de R$ 384 milhões), em razão dos estádios fechados. As perdas de patrocínio e publicidade foram reduzidas em R$ 12 milhões. O Cruzeiro, rebaixado para a série B em 2020, registrou a maior perda, de 57%. A receita do Bragantino, que fez o caminho inverso e ascendeu à série A no ano passado, cresceu 271%, o melhor resultado relativo.
Receita particular
Clubes que vieram de uma boa campanha em 2019, como o Flamengo, também perderam receita. Somente com ações em estádio e de sócio-torcedor o clube carioca arrecadou R$ 175 milhões em 2019. Em 2020 valor essa receita foi de R$ 92 milhões. Somente cinco clubes registraram aumento de receita (Atlético-GO, Atlético-MG, Ceará e Corinthians, além do Bragantino).
Os números do primeiro ano da pandemia de Covid-19 só não foram piores por uma particularidade do Atlético-MG, que nada tem a ver com o esporte. O clube é sócio do shopping Diamond Mall, um dos mais exclusivos de Belo Horizonte, construído no terreno onde havia o antigo estádio do time. Somente a operação imobiliária rendeu R$ 476 milhões brutos ao Atlético-MG (ver quadro abaixo).
*Inclui o valor líquido da operação do Diamond Mall
Fonte: Sports Value
Crimes que entraram para a história
As circunstâncias e os desdobramentos do assassinato do governador Edmundo Pinto renderam um episódio da série Investigação Criminal, da produtora Medialand. O documentário é baseado nas investigações da polícia paulista, que concluiu que o governador foi vítima de latrocínio. A série ainda retrata outros homicídios que chocaram o Brasil, como a morte da menina Isabela Nardoni, do casal Richthofen e do cartunista Glauco. O conteúdo está disponível no Now (NET) e na Netflix.
Link do trailer:
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