CPI da Pandemia muda o foco e mira supostas irregularidades na negociação de vacinas. (Daniel Castellano / Secretaria de Saúde de Curitiba)
O governo vive sua maior crise desde a posse do presidente Jair Bolsonaro, em 2019. As denúncias de que o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), ministro da Saúde no governo Temer, estaria a frente de um esquema de propinas na compra de vacinas anti-Covid tirou dos governistas o discurso de combate à corrupção.
A reação do governo não tem sido eficiente. Até a última quarta-feira (30/6) tinham sido dadas três explicações diferentes em resposta às acusações feitas pelo deputado Luís Miranda (DEM-DF) e seu irmão Luís Ricardo Miranda, servidor concursado do ministério da Saúde. As versões geram mais desconfiança e podem ser mais deletérias que as acusações.
Crises graves com a atual exigem muita transparência, um esforço enorme para juntar todos os dados necessários a uma resposta esclarecedora e convincente, e disposição para cortar na carne. É fundamental o trabalho coordenado de uma sala de crise, onde o fato seja dissecado na busca de justificativas e explicações.
Empresários, executivos e governantes não têm como saber tudo o que acontece a seu redor. Mas podem e devem agir com rigor diante de situações em que as suas imagens, de suas empresas ou de seu governo estejam em risco, como se vê neste momento em Brasília.