O mundo globalizado, conectado, onde as distâncias ficaram cada vez mais curtas nos últimos anos, sofre para entender como lidar com o novo coronavírus. Hoje (26/3), o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, afirmou que a pandemia da Covid-19 está se acelerando a uma taxa exponencial. Nas redes sociais, ele publicou: “Sem ação agressiva em todos os países, milhões poderão morrer”. A fala contundente foi replicada pelos veículos de comunicação.
Um mês depois da confirmação do primeiro caso de coronavírus no Brasil, o Ministério da Saúde divulgou a existência de 2915 casos no país e 78 mortes. No mundo, o número de infectados já passa de meio milhão.
O que mais assusta é o desconhecido e o ter de se reinventar. Médicos, decisores públicos, empresários, imprensa, até a indústria da telenovela estão aprendendo a lidar com o desconhecido e com a necessidade de distanciamento. Todo dia a população se surpreende com uma mudança de hábito.
Um exemplo? Nunca se viu um repórter de emissora de TV entregar o microfone para o entrevistado. Era um erro atroz. Tudo mudou. As emissoras de televisão estão dando microfones para suas fontes e para os personagens da notícia segurarem, garantindo higiene e distanciamento adequado.
COMUNICAÇÃO DE VERDADE
Nas organizações, cabe às equipes de comunicação de verdade informar, esclarecer e ajudar cidadãos e clientes a viver o momento da forma mais segura e tranquila possível.
As empresas, mesmo as que mantém todos os colaboradores em home office, precisam estar ao lado deles neste momento de incertezas. E a tecnologia está aí para ajudar na escuta ativa. Ter o melhor planos de contingência para a crise é fundamental, sobretudo aquele que tem o foco nos times. Com as pessoas equilibradas, a produtividade, na medida do possível, vai se restabelecer.
É preciso reinvenção, mas também muito coração.
Frente Parlamentar da Agropecuária quer reforçar abastecimento de alimentos

O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Alceu Moreira (MDB/RS), prepara-se, agora à noite, para entrar ao vivo amanhã na Band e defender o posicionamento do agronegócio com relação ao combate ao coronavírus e a proteção da economia brasileira.
Segundo Moreira, a agropecuária segue produzindo com êxito e abastecendo a cadeia produtiva de alimentos. “Os portos e o setor de frigoríficos têm tarefas coletivas (que podem ser prejudicadas pela necessidade de distanciamento soicial), mas conversamos com o Ministério da Agricultura e os problemas estão sendo solucionados.”
De acordo com a FPA, o processo de exportação continua normal dentro desta crise, seguindo todos os protocolos para evitar que os trabalhadores sejam contaminados pela Covid-19.
Rodrigo Maia e os governadores

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ), continua se posicionando como o grande promotor de diálogo, aquele que pede equilíbrio e ponderação nos momentos de crise no país. Ao se reunir com os governadores na quarta-feira por videoconferência, entretanto, Maia ultrapassou a barreira do som. Afinal, muitos governadores estavam atritados com o presidente da República. Entre eles, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM).
Maia acabou vendo surgir, na imprensa, rumores de que estaria sendo criado um “governo paralelo”. Continua caminhando para a frente.
O presidente da Câmara é um político experiente e perspicaz, que sabe ocupar espaços que não foram devidamente ocupados por outros atores. Sua habilidade política, herdada do pai, César Maia, e aprimorada com professores como o ex-deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP), tem permitido que mantenha a Câmara dos Deputados como o grande palco da agenda política.
Aliás, Maia já avisou que, quando a crise acabar, tocará rapidamente as reformas Administrativa e Tributária para ajudar a salvar a economia. E não passa um dia sem dar entrevista coletiva e anunciar projetos que serão votados para apoiar a saúde pública e a população no combate à Covid-19. Saiba o que anunciou hoje:
- o valor do auxílio mensal a ser pago aos trabalhadores autônomos, informais e sem renda fixa durante a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus pode ser elevado para R$ 500. O valor consta de um projeto de lei que deve ser votado na Casa ainda hoje.
Projeto de Lei do Centrão pode obrigar empresas a emprestar ao Governo
Deputados do Centrão articulam a aprovação de projeto de lei que obriga empresas de grande porte a emprestar dinheiro ao governo para financiar o combate à Covid-19.
O PLP 34/2020 de autoria do deputado Wellington Roberto (PL/PB) foi apresentado na última segunda-feira, mas já conta com requerimento de urgência do deputado Arthur Lira (PP/AL), líder do bloco PP, PL, PSD, MDB, DEM, Solidariedade, PTB, Pros, Avante e Patriota.
O texto diz que empresas com patrimônio superior a R$ 1 bilhão poderão ser submetidas a empréstimo compulsório de até 10% do lucro líquido total a ser gerenciado pelo Comitê de Crise para Supervisão e Monitoramento dos Impactos do Coronavírus. Segundo o autor da proposta, o texto tem respaldo constitucional. Além disso, prevê prazo de até quatro anos para que governo restitua os valores às empresas.
Itamaraty em ação

Até ontem (25/3), o Itamaraty atuou para trazer de volta ao país mais de 6.700 brasileiros. É um trabalho árduo dos consulados, com uma equipe de coordenação que não pára. Afinal, ainda há muito brasileiro tentado voltar. O Ministério das Relações Exteriores conta com a parceria a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Dica de leitura para a quarentena

“A tecnologia não é uma coisa ruim. Se você souber o que deseja na vida, ela pode ajudá-lo a conseguir. Mas se não sabe, será muito fácil para a tecnologia moldar por você seus objetivos e assumir o controle de sua vida. Na medida em que a tecnologia adquire uma melhor compreensão dos humanos, você poderia se ver servindo a ela cada vez mais, em vez de ela servir a você. Já viu esses zumbis que vagueiam pelas ruas com o rosto grudado em seus smartphones? Eles estão controlando a tecnologia ou é a tecnologia que os controla?”
Yuval Noah Harari em 21 Lições para o Século 21, Companhia das Letras. 2018.
Um mês de coronavírus
