
O mundo nunca mais será o mesmo depois da Covid-19. É indiscutível. Para entender como o momento de transformação impacta a comunicação e o futuro dos líderes, tanto do setor público quanto privado, a In Press Oficina convidou dois especialistas de renome. Um é o epidemiologista Jarbas Barbosa, que ocupa um alto cargo na Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), em Washington. O outro é Claudio Thebas, palhaço, escritor e especializado na reconstrução de populações que passaram por catástrofes.
O encontro acontece terça-feira, 7/4, às 9h, com o tema: Saúde e Comunicação Conectadas — novas perspectivas para as lideranças em época de coronavírus.
O objetivo é encontrar novas soluções e insights para o momento em que o coronavírus nos levou ao distanciamento social e à reinvenção constante. Principalmente, a reinvenção da Comunicação para a Saúde.
Conheça os convidados:
- Jarbas Barbosa, epidemiologista e subdiretor da Opas, e ex-secretário de Vigilância em Saúde e de Ciência, Tecnologia e Suprimentos Estratégicos do Ministério da Saúde.
- Cláudio Thebas, publicitário, palhaço, com pós-graduação em Pedagogia da Cooperação. Fundou as Forças Amadas (sem R) com outros palhaços especializados em atuar na reconstrução humana de moradores de regiões que passaram por algum tipo de catástrofe. Autor da obra O Palhaço e o Psicanalista, escrita com o psicanalista Christian Dunker.
- Patrícia Marins, jornalista, sócia-diretora da In Press Oficina, com especialização em Comunicação no Serviço Público pela Universidade George Washington/EUA e em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas. Tem grande experiência em gerenciamento de crises de alta complexidade, programas de relações públicas e treinamentos.
Para participar, use o link: https://zoom.us/j/738302077
Equilíbrio na instabilidade

Analistas políticos diziam, nesta sexta-feira (3/4), que o general Braga Netto (à direita na foto, com o ministro Mandetta), ministro-chefe da Casa Civil, está sendo empoderado pelos militares atuantes no Palácio do Planalto. Provavelmente, deve encabeçar as ações do governo federal no momento de crise. Esta semana, Braga Netto conduziu as coletivas de imprensa sobre medidas contra o coronavírus. Elas reuniram tanto superministros, como Paulo Guedes e Tarcísio de Freitas, quanto titulares de pastas que andavam silenciosos como o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.
Ontem (3/4), em entrevista à rádio Jovem Pan, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que está “se bicando há algum tempo” com o ministro da Saúde, Luiz Henque Mandetta, a quem acusou de estar “faltando humildade”. Mesmo assim, rechaçou a possibilidade de retirá-lo do cargo durante a crise. A imprensa insiste em tratar das desavenças.
Na mesma noite, Mandetta jantou com os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM/RJ) e Davi Alcolumbre (DEM/AP), onde teria ouvido pedidos dos parlamentares para que não deixasse o cargo. No dia seguinte, Maia reforçou o apoio à condução do Ministério da Saúde e afirmou que “Bolsonaro não tem coragem de demitir o ministro”. Para o deputado, o presidente age como “comentarista” do próprio governo.
A instabilidade tem sido a tônica das relações do governo federal, tanto entre os ministérios, quanto com os demais poderes. Ainda assim, os resultados negativos aventados pela imprensa e por analistas não necessariamente se concretizam.
No último ano, o governo conseguiu aprovar reformas e atingir objetivos, mesmo que nem sempre estas vitórias sejam enxergadas como mérito próprio do presidente. Com isso, mesmo em meio à crise, Bolsonaro consegue emplacar narrativa própria, da qual não abre mão. Aposta mais uma vez no discurso direto ao seu eleitorado, deixando para lidar com possíveis efeitos do “isolamento político” no futuro.
Importante acompanhar de perto reações do Congresso Nacional e a atuação de Braga Netto neste cenário na próxima semana. Fontes dizem que a tendência é a do general ganhar cada vez mais protagonismo nesta busca de um equilíbrio.
Oportunidade para empresas de tecnologia

A revista The Economist desta semana vem com uma capa pesada: “Um cálculo sombrio — as duras escolhas entre vida, morte e a economia.” Para a revista, tais escolhas ficarão cada vez mais difíceis nos Estados Unidos. Em outro texto, entretanto, a revista alerta as empresas de tecnologia para o momento de fazer as pazes com os usuários e prosperar como nunca.
Em sua edição deste fim de semana, a revista diz que a pandemia terá muitos perdedores, mas já tem um vencedor claro: “as grandes plataformas digitais, incluindo o Facebook, sairão da crise ainda mais fortes.”
Segundo The Economist, o Facebook registrou aumento de 50% do envio de mensagens nos países mais atingidos pelo vírus. A Amazon, por sua vez, estaria planejando contratar cem mil novos funcionários para acompanhar os pedidos mais altos de comércio eletrônico.
Além disso, as grandes empresas de tecnologia poderiam ser vistas como um bastião da estabilidade financeira: “juntas, Alphabet, Amazon, Apple, Facebook e Microsoft têm US$ 570 bilhões em caixa bruto em seus balanços. Ações dessas empresas surpreendem no mercado desde o final de janeiro.”
Imagem da semana

Corpo de Bombeiros presente.
O trompetista Elielson dos Santos, de 38 anos, fez um tour pelas ruas vazias do Rio de Janeiro. Lá do alto da escada mecânica, que chega a 50 metros de altura, tocou para a população em isolamento social. No repertório: “Eu sei que vou te amar”, de Tom Jobim.
Leitura do final de semana

Jason Fried e David Heinemeier Hansson são fundadores da 37signals, empresa de tecnologia responsável por desenvolver a ferramenta de gestão de projetos Basecamp e o framework de programação Ruby on Rails.
A empresa permite (e estimula) que seus funcionários trabalhem de onde preferirem. Com isso, dos seus pouco mais de 50 funcionários, apenas 14 frequentam regularmente o escritório da empresa em Chicago.
Aqui os autores buscam buscam transmitir o que aprenderam a partir da experiência gerindo times com trabalhadores de todo o mundo.
Números da semana


