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Votações remotas, reuniões por videoconferências e articulação pelo aplicativos de mensagem instantânea. Com a pandemia, a transformação digital chegou de vez à Esplanada e, consequentemente, àqueles cuja rotina dependia do contato direto com decisores.
No entanto, este processo de construção do lobby digital já ocorre há pelo menos 10 anos. É o que afirma Renard Aron, autor do livro “Lobby Digital – Como o cidadão conectado influencia as decisões do governo e das empresas”
Entrevistamos Aron para ajudar a compreender melhor o que é lobby digital. Confira:
O que é lobby digital?
O lobby digital ocorre primordialmente nas redes sociais, como YouTube, Twitter e Instagram. Mas pode ser via e-mail também. São campanhas, petições, tweets e posts; no fundo qualquer ação para influenciar política pública que se dá no mundo online. Mas não é somente o “como” que é diferente do lobby tradicional, mas também “quem” faz lobby e o “objeto” do lobby. Temos a Anitta e a Chef Paola Carosella, YouTubers e o cidadão stakeholder; e empresas fazendo lobby em prol dos direitos da comunidade LGBTQ. Isto é, a lógica e a dinâmica do lobby digital têm características próprias que são bem diferentes do lobby tradicional.
O que o motivou a escrever sobre esse tema?
Por volta de 2015, quando eu ainda estava na Johnson & Johnson e era responsável pela área de relações governamentais e policy para a América Latina, comecei a perceber que a discussão em torno de políticas públicas estava mudando. Governos estavam chamando o cidadão para ajudar na elaboração de políticas públicas e ONGs convidando o cidadão a pressionar o poder público. Achei que tinha que entender melhor este novo mundo e trazer para dentro novas ferramentas e know how para poder atuar de forma efetiva. Este foi o ponto de partida do livro.
O lobby digital já existia antes da pandemia de Covid-19?
Sim. O lobby digital já existe há uns 10 anos. No livro trago alguns exemplos de 2013 e 2014 em que o lobby digital mudou radicalmente a trajetória de um tema. Ele vem tomando mais corpo nos últimos anos, inclusive no Brasil, a ponto de que empresas como a Uber lançaram mão de campanhas e petições online.
Há diferença entre lobby digital e advocacy?
Existe um debate em torno desta questão, por isso prefiro me ater a simplicidade da definição do que é lobby, que se resume a qualquer ação para influenciar políticas públicas. A definição não se importa com quem está por trás da ação ou qual o tema. Por exemplo, quando vemos empresas (o interesse econômico) fazendo lobby defendendo a comunidade LGBTQ ou o meio ambiente (o bem comum) isto é lobby ou advocacy?
O digital deixa o lobby mais eficiente?
Acredito que o lobby digital aumenta a complexidade do processo. Ele traz novos atores, pulveriza o poder e é muito mais rápido e aberto. Por outro lado, ele é raso e sujeito a manipulação da sociedade, via as fake policies. Se pensarmos em termos de reunião com deputados via Zoom, aí sim, aumenta a eficiência. Nada mais de viagens a Brasília para ter a reunião postergada para o próximo dia. No entanto, entendo o lobby digital como uma nova vertente do lobby, com sua própria lógica e dinâmica.
“Lobby Digital – Como o cidadão conectado influencia as decisões de governo e empresas” foi lançado no início desta semana e pode ser adquirido em formato digital pelo link.
Pílulas LGPD

É pra valer! A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais entrará em vigor em 17 de setembro
Instituições que já se adequaram às novas regras sairão na frente da concorrência. Aqueles que coletam, armazenam e processam dados pessoais — seja de clientes, fornecedores ou colaboradores — poderão ser punidos seriamente se não adequarem imediatamente à legislação. Além, de rever protocolos jurídicos e de tecnologia da informação, é necessário que as organizações comuniquem as mudanças para todos os públicos da organização.
Em março deste ano, ainda pré-pandemia, Patrícia Marins, especialista em comunicação integrada e gerenciamento de crise, recebeu grandes nomes para discutir todas as dimensões da LGPD: o advogado Fabricio da Mota Alves, indicado pelo Senado para compor o Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade, órgão que compõe a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD); e o procurador de Justiça, Leonardo Roscoe Bessa.
Ao longo da próxima semana vamos falar MUITO sobre isso! Fique de olho!
Enquanto isso, na praça dos Três Poderes…

No elevador // desce
- Esta semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes, deixou de comparecer a eventos importantes, inclusive à solenidade do lançamento da Casa Verde e Amarela. Além disso, Guedes foi alvo de grande pressão por parte dos senadores. Conseguiu se esquivar da “sabatina” desta semana, mas foi novamente convidado a falar na comissão de acompanhamento dos gastos durante a pandemia.
- Já Otávio Rêgo Barros, general de divisão do Exército, perdeu o posto de porta-voz do Governo. O cargo foi absorvido pelo novo “ministro provisório” das Comunicações.
No elevador // sobe
- O lançamento do Programa Casa Verde e Amarela coloca o ministro do Desenvolvimento Regional no topo das manchetes políticas. O ex-deputado federal e ex-PSDB, Rogério Marinho, tem sido o ponto de contato entre políticos do Centrão e a ala militar do Planalto, composta por Braga Neto, da Casa Civil; Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura; e o general Ramos da Secretaria de Governo.
- Outro ministro, também do Rio Grande do Norte, ganha mais espaço na cúpula presidencial. Fábio Faria, deputado do PSD, genro de Silvio Santos e ministro das Comunicações há 72 dias, encara a missão de suavizar as relações no Planalto.
- Fábio precisa dobrar parlamentares da oposição para confirmar a criação da pasta sob o seu comando antes do dia 6 de outubro. A MP 980/20, que dividiu o antigo Ministério da Ciência e Tecnologia, corre o risco de não entrar na pauta prioritária de deputados e senadores, diante da tumultuada agenda de campanha eleitoral nos 5.570 municípios do país nos próximos meses.
A Reflexão

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