A busca por holofotes e o recuo desta quinta-feira indica um novo momento da vida política de Jair Bolsonaro. Repetindo 2018, lideranças (ou aspirantes a lideranças) políticas buscam associar a própria imagem ao presidente de maneira a construir capital eleitoral para 2022. O cenário, porém, inspira risco ao presidente, que pode perder o controle dessas figuras. Por outro lado, a situação pode fortalecer a relação com o Centrão.
O Dia da Independência também foi aproveitado por lideranças conservadoras para ganhar visibilidade, já visando as eleições de 2022. Nomes como Otoni de Paula, Magno Malta e outros que surfaram a onda Bolsonaro em 2018 aproveitaram as manifestações para colar novamente a imagem à do presidente.
A tendência é que estes nomes sigam com essa estratégia até o próximo ano, usando dos discursos e prerrogativas dos cargos para construir capital eleitoral. A onda Bolsonaro deverá ocorrer novamente em 2022. Nesse cenário, a reconfiguração do contorno político do presidente, que deixou o partido pelo qual foi eleito e teve modificações significativas na base aliada, abre espaço para que outros nomes surfem na popularidade que resta ao bolsonarismo.
Esse movimento pode acabar gerando lideranças que fogem ao controle das bolsonaristas tradicionais, como já aconteceu anteriormente no PSL com nomes como Alexandre Frota e Joice Hasselmann.