Enquanto Bolsonaro incita sua base, a oposição enfrenta o desafio de superar rusgas do passado para formar um movimento coeso. A baixa adesão da esquerda às manifestações convocadas pelo Movimento Brasil Livre (MBL), no dia 12 de setembro, indica que partidos e lideranças contrários a Bolsonaro terão dificuldade em mobilizar as ruas de forma unificada, ainda que tenham um objetivo em comum.
Se as manifestações do Dia da Independência atraíram para Bolsonaro o eleitor que estava se afastando, acelerou a movimentação de partidos e grupos de centro-direita para a oposição.
Além do MBL, que já havia formalizado oposição ao presidente depois de estar em seu palanque em 2018, o PSDB também confirmou posição contrária ao presidente. A posição de Kassab, cacique do PSD, indica que o partido também pode se desgarrar de Bolsonaro.
No entanto, reações nas redes sociais à manifestação comandada pelo MBL, convocada para o dia 12 de setembro, entregam: a oposição terá enorme desafio para unir movimentos contrários ao presidente.
A participação dos partidos de centro-direita e do MBL em fatos importantes em um passado não muito distante — o impeachment de Dilma Rousseff e a eleição de Bolsonaro — ainda é ferida aberta para eleitores e políticos de esquerda.
Outras duas manifestações já estão previstas para os dias 03 de outubro e 15 de novembro. Políticos de esquerda e centro-direita indicam que adotarão o pragmatismo e farão oposição conjunta a Bolsonaro. Conseguirão, no entanto, mobilizar as ruas para que façam o mesmo?