Foto: Gazeta
Com a decisão do MDB e do DEM de deixar o Centrão, um parlamentar que vinha crescendo rumo à cadeira de Rodrigo Maia (DEM/RJ) terá de rever estratégias e ampliar articulações: o deputado Arthur Lira (PP/AL), que atuava como principal elo entre o Centrão e o governo Bolsonaro.
Mesmo faltando muitos meses para a disputa, os parlamentares já traçam planos para a sucessão. Nomes não faltam para suceder Maia. Quem chama a atenção é o cientista político André César, da consultoria Hold: “Com o ingresso do Centrão na base de sustentação, Lira conseguiu emplacar aliados em cargos estratégicos em ministérios, estatais e autarquias. Mais ainda, tornou-se homem de confiança do presidente e de ministros. Com esse apoio, o caminho para o comando da Câmara começava a ganhar musculatura. Lira cumpria os acordos e entregava o prometido, o que de fato, no Parlamento, é o que conta”.
Segundo o cientista político, Lira só não contava com o poder de reação dos pares. “Mesmo em seu partido, o PP, a movimentação dele despertou insatisfação. A concentração cada vez maior das decisões e, por consequência, o poder amealhado, começou a incomodar. Daí que a resolução de MDB e DEM de deixar o bloco, respaldada por Maia, não chega a surpreender.”
Assim, a decisão dos dois partidos pode ser vista como um freio de mão nas ambições do deputado alagoano, que de imediato perde poder de fogo em suas articulações para a cadeira da presidência da Câmara. “Arthur Lira será obrigado a recuar algumas casas no jogo.”
Importante ficar de olho:
- O PSDB pode se juntar a MDB e DEM. Afinal, há afinidades históricas entre as três agremiações.
- PTB e PROS, também hoje membros do Centrão, cogitam da possibilidade de formar um bloco alternativo com o PSC e o PSL — esse último dividido entre bolsonaristas e críticos do governo.
Análise: como vai a disputa nos EUA

As eleições nos Estados Unidos neste ano vão muito além da disputa nacional. Considerando o ambiente polarizado, as eleições legislativas tomam um contorno mais importante, uma vez que o controle do Congresso pode tornar-se mais fundamental do que levar a Casa Branca.
Quem escreve a análise política diretamente da Florida para o Impressões é o cientista político Márcio Coimbra, que está em Miami, de onde tem conversado com integrantes dos partidos Republicanos e Democratas. Coimbra foi estrategista do Partido Republicano e, atualmente, é diretor do Interlegis no Senado Federal.
Segundo ele, os Democratas vêm crescendo nas últimas semanas, especialmente diante de uma performance ruim da Casa Branca ao lidar com assuntos importantes para a sociedade americana, como a insegurança diante da economia, saúde e questões raciais.
Possuem maior engajamento em eleições presidenciais do que os Republicanos. Isto é uma vantagem para Biden. Trump, porém, consegue mobilizar de maneira especial o eleitorado conservador em estados-chave como Pennsylvania e Ohio.”
A notícia ruim para Trump é que existe uma onda democrata em estados como Iowa e Ohio, algo que pode decidir a eleição, uma vez que são estados que podem virar a eleição nacional. Da mesma forma, existem sinais de fraqueza republicana em estados como Arizona, Texas e Carolina do Sul. Nos Estados Unidos, o resultado proporcional pode influenciar a tendência nacional, ou seja, o voto distrital é importante e pode decidir a eleição majoritária.
A tendência hoje é de leve vantagem Democrata, especialmente considerando o desgaste Republicano nos estados citados, além da Florida, que enfrenta a pandemia com mais dificuldade. Se os democratas conseguirem manter a vantagem nos estados certos, a vitória de Biden começa a se concretizar.
Leitura para aproveitar a quarentena

O BEBEDOR DE HORIZONTES
As Areias do Imperador – 3
Mia Couto
Editora Companhia das Letras
Nos finais do século 19, Portugal enfrenta a resistência de um estado africano denominado Gaza que domina todo o sul de Moçambique. Governado pelo rei Ngungunyane torna-se pedra nos sapatos portugueses. Incapaz de controlar a situação, a Coroa Portuguesa recebe ultimato da Inglaterra com desafio claro e contundente: ou Portugal prova que domina efetivamente os territórios africanos ou perde-os para outras potências coloniais.
A história da submissão do rei de Gaza é densa e leve e sugere à alma do leitor um jogo de impressões e emoções espetaculares, capazes em algumas passagens a nos levar a um confronto com a nossa visão do mundo africano.
Sem deixar nunca a ideia propulsora de toda a sua obra, a condição da mulher aqui ou alhures, Mia Couto encerra com brilhantismo nesse As Areias do Imperador, a trilogia mágica O Bebedor de Horizontes.
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