Foto: Reprodução Tik Tok
Nas últimas semanas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, escolheu como alvo dentro da Guerra Fria com a China o aplicativo TikTok. Criado pela empresa chinesa de tecnologia Bytedance, o TikTok possui uma base de mais de 800 milhões de usuários e acabou sendo trazido para o centro da disputa entre as duas potências mundiais.
Trump acusa a Bytedance de espionar cidadãos americanos para Pequim e assinou um decreto que proibirá em 45 dias qualquer transação com a empresa. A Bytedance, por sua vez, afirma que o presidente norte-americano não tem qualquer evidência de suas acusações, afirmando ser alvo de ataques políticos.
Com a situação, milhares de produtores de conteúdo estão desesperados e buscando soluções para manter a base de seguidores. A grande esperança é que o acordo com a Microsoft para aquisição das operações globais do TikTok seja concretizado e o aplicativo possa seguir operando no país.
E o Brasil?
Na segunda-feira (3/8), o deputado federal Eduardo Bolsonaro defendeu o bloqueio da rede social por “questões de segurança”. A defesa foi seguida por diversos vídeos do influencer bolsonarista, Bernardo Küster.
Na Câmara dos Deputados, o deputado federal Bosco Costa (PL/SE) apresentou o PL 4120/20, disciplinando o uso de algoritmos pelas plataformas digitais na internet. A proposta, que mira em inteligência artificial, acerta também em redes sociais como o TikTok.
Ainda que o TikTok não tenha oferecido qualquer ameaça ao país, é comum eventos externos gerem um efeito bandwagon na política nacional. Isto é, políticos e outros decisores públicos se inspiram em outros países e buscam achar soluções para problemas que ainda não existem ou nem chegarão a existir.
Foi o que aconteceu em 2015, quando um vídeo viral de uma mulher caindo de uma escada rolante que desabou na China gerou projetos de lei em todas as câmaras municipais e assembleias legislativas do Brasil, além do próprio Congresso Nacional.
Ou seja, mesmo que o problema seja nos Estados Unidos, as plataformas digitais também podem esperar bastante dor de cabeça por aqui.
Peças se movimentam no tabuleiro para 2022, mas xeque-mate ainda está distante

Com as eleições municipais mais próximas e as negociações políticas se intensificando, chamam a atenção as movimentações por outro pleito: as eleições presidenciais de 2022. Enquanto parlamentares e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda discutem sob quais condições a votação será realizada, as peças já se movimentam para a disputa pela faixa presidencial daqui dois anos.
No último mês, o presidente Jair Bolsonaro tem participado de diversos eventos públicos, muitas vezes em cidades dominadas por rivais políticos, buscando levar consigo um grande número de apoiadores. Nos eventos, segue a mesma rotina: fica próximo à base, conversa com eles sobre os mais variados assuntos e, enquanto isso, repete poses que o consagraram ao longo da campanha em 2018.
Por outro lado, se era esperado que a pandemia enfraquecesse o presidente da República, a crise acabou debilitando dois dos principais opositores e potenciais concorrentes. Wilson Witzel (PSC), governador do Rio de Janeiro, enfrenta a pior crise de seu governo, que inclui um processo de impeachment na Assembleia Legislativa. Já o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), viu um dos principais aliados do governo, o secretário de Transportes Alexandre Baldy, ser preso pela Polícia Federal.
Segundo pesquisa do PoderData divulgada ontem (6/8), Bolsonaro aparece como líder isolado nas pesquisas de intenções de voto. Haddad (PT), em segundo, ilustra que o debate político segue polarizado e que nenhuma terceira via conquistou o eleitorado.
A dois anos das eleições, o cenário começa a se desenhar. Novos players, como o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, começam a despontar e podem mudar o jogo. O nome de Mandetta agrada à cúpula do DEM, que vê nele e no atual presidente do partido, ACM Neto, potenciais candidatos.
O fator Sérgio Moro e os ataques à Lava Jato
O ex-ministro da Justiça Sérgio Moro também desponta como um ator capaz de mudar o jogo. Na pesquisa PoderData, Moro aparece em 3º lugar, à frente de Ciro Gomes (PDT), Dória e Mandetta.
Enxergando este fator, bolsonaristas passaram a mirar na Lava Jato, grande trunfo de Moro. Em entrevista ao Jornal O Globo, o filho do presidente, senador Flávio Bolsonaro, declarou: “embora ache que a Lava Jato não seja esse corpo homogêneo, considero que algumas pessoas ali têm interesse político ou financeiro”.
Leitura do fim de semana

Termos que são repetidos com frequência, principalmente desde as eleições de 2018, fake news e pós-verdade são fenômenos que criaram um novo cenário para a era das redes sociais. Se antes essas ferramentas tecnológicas significavam democratização da informação e empoderamento de minorias, hoje são terreno para disseminação de mentiras e narrativas que colocam a prova a noção de verdade e confiança.
Mas se notícias falsas sempre existiram, o que faz com que fake news se tornem centro de tantos debates e preocupações? A velocidade de propagação desse tipo de conteúdo e o espaço para novos atores criarem conteúdos falsos com grande alcance são vistos como ameaça para a democracia tal qual a conhecemos.
Os ensaios e entrevistas que compõem o livro “Pós-verdade e fake news — reflexões sobre a guerra de narrativas” são quase um manual para compreendermos o que motiva e as possíveis consequências da indústria de notícias falsas e reforçam que apenas dotados desse conhecimento poderemos sair dessa crise que afeta tantas instituições.
A reflexão

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