Uma das consequências da falta de apoio ao governo no Congresso, e da reunião desta semana entre Lula e Lira, deve ser a troca de dois ministros. Mas não será a mudança que teria sido proposta por Lira, de substituir o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, pelo atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Essa, o vice-presidente Geraldo Alckmin tomou a iniciativa de negar peremptoriamente. O que está em cogitação é a substituição do ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União-MA), e da ministra do Turismo, Daniela Carneiro (União-RJ), nomes que não têm sido reconhecidos por seus partidários de serem representantes das bancadas. Para o lugar de Daniela, um nome que tem sido ventilado é o do deputado Celso Sabino (União Brasil-PA).
A troca de Daniela pode ser menos difícil, pois, apesar da dívida que Lula sente ter com o marido dela, o prefeito de Belford Roxo (RJ), Wagner dos Santos Carneiro, o “Waguinho”, que o apoiou na campanha presidencial, a ministra está desgastada, inclusive com denúncias de vínculos com milicianos fluminenses. E não tem conseguido trazer votos ao governo.
Mas no caso de Juscelino Filho, a situação é mais difícil. Apesar das denúncias repetidas de irregularidades contra ele, relativas a uso inadequado do cargo e das instalações da pasta, o ministro tem padrinho forte, o senador Davi Alcolumbre (União-AP).
O senador é quem vai presidir na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado a sabatina do advogado Cristiano Zanin, indicado por Lula para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), no lugar de Ricardo Lewandowski. As negociações devem avançar na próxima semana.