Foto: Marcos Corrêa/PR
Em uma roda de conversa via Whatsapp, assessores da Câmara dos Deputados e do Senado Federal resumiram o vídeo da reunião ministerial exibida hoje (22/5) com a seguinte frase: “A montanha pariu um rato”. Depois de tanta expectativa, é como se a plateia de pessoas que respiram política no Congresso Nacional ainda quisesse mais. Após ter a divulgação autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello, o vídeo indicado pelo ex-ministro da Justiça Sérgio Moro foi assistido, analisado e revisto a tarde toda e boa parte da noite.
Apesar de repleto de palavras impublicáveis, a gravação reforça as já conhecidas narrativas do presidente. À primeira vista, frases como “é fácil implementar a ditadura no Brasil” podem gerar manchetes, mas ao serem complementadas por outras frases como “por que que eu tô armando o povo? Porque eu não quero uma ditadura!”, Bolsonaro fala diretamente com a base de apoio.
É bem verdade que, perante alguns veículos da imprensa, alguns ministros acabaram se expondo mais do que outros. É o caso do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que defendeu aproveitar a pandemia para “ir passando a boiada”. A reunião também deixou evidentes os atritos entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o ministro-chefe da Casa Civil, general Braga Netto, por conta do plano Pró-Brasil. Em mais de um momento, os ministros discordaram quanto ao uso de investimento público para a retomada da economia.
Bolsonaro chega a mencionar a PF ao reclamar que não recebe informações, lançando olhar fulminante para Moro. No entanto, ao mencionar uma possível troca, declara que tentou trocar “gente da segurança nossa lá no Rio”. Sobre olhares, importante também observar a postura dos generais Hamilton Mourão e Braga Netto, sentados ao lado do presidente.
O barulho é grande e deve aquecer comentaristas e analistas brasileiros e do exterior. A tendência também será a de repercussão negativa em matérias pontuais, menores, que tratem de questões levantadas por Abraham Weintraub, da Educação; Damares Alves, da Mulher; e o próprio Ricardo Salles, do Meio Ambiente. Agora à noite, ministros do STF usavam o termo “clube de aloprados” para se referir à reunião.
MPs que reduzem salário e financiam a folha na pauta da Câmara na próxima semana

Após reunião de líderes da Câmara dos Deputados, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM/RJ), definiu a pauta prioritária para a próxima semana. Entre os itens listados, entraram as medidas provisórias 936/20 e 944/20 que, respectivamente, permitem a suspensão do contrato, redução de jornada e salário; e o financiamento da folha salarial de pequenas e médias empresas.
O relator da MP 936/20 é o deputado Orlando Silva (PCdoB/SP), nome escolhido por Rodrigo Maia, o qual desagradou o presidente Jair Bolsonaro. Silva deve propor o aumento do auxílio emergencial ao trabalhador que tiver redução salarial e ainda elevar o valor pago a para aqueles que tiveram redução nos rendimentos formais o que deve encarecer a proposta.
Já o relator da MP 944/20, deputado Zé Vitor (PL/MG), quer aumentar o leque de empresas que podem acessar o crédito para financiar a folha e ainda elevar o percentual da garantia do Tesouro Nacional de 85% para 100%. Desta forma, o governo assumiria todo o risco de calote das empresas, o que, segundo o relator, poderia diminuir a resistência por parte dos bancos para a concessão dos empréstimos.
Os deputados devem apresentar os pareceres apenas na semana que vem. Zé Vitor, membro do partido que recentemente passou a compor a bancada governista, ainda negocia os termos do parecer com a equipe técnica do Ministério da Economia.
Homenagem à cidade da política

O traço gentil de Lucio Costa abriu as asas do Plano Piloto a todos os que aqui construiriam a história política do Brasil. Oscar Niemeyer arrancou sonhos do concreto e deixou calculistas malucos para, por exemplo, erguer uma catedral que mais parece duas mãos em prece. Athos Bulcão coloriu paredes e trouxe esperança em cores para gerações que passam pelos monumentos da cidade, pelo Hospital Sarah, pelo Salão Verde da Câmara Federal. Burle Marx entendeu o cerrado e interveio na natureza com a sua arte plástica, a qual pode ser vista na Universidade de Brasília, no Itamaraty e em tantos outros jardins da capital federal.
Estudar, fazer, viver política em Brasília permite um algo a mais. Permite conhecer uma obra de arte, onde artistas dizem que as flores nascem do concreto. Cidadãos de todos os estados desfrutam dessa poesia. Em cada prédio público há servidores e colaboradores que trabalham com boa-fé e se preocupam com a coisa pública. E ao sair dos edifícios, dão com horizonte de um rosa arroxeado com raios amarelos que só inspiram.
Brasília vai muito além das angústias e tropeços que o desafio da gestão impõe a este ou aquele grupo político. Panelas, caras-pintadas, cruzes no gramado do Congresso são todas manifestações de um povo brasileiro que sabe se expressar. Democráticos e verdadeiros em suas defesas de causa. A história traz exemplos de cidadãos exemplares que enobreceram cada pedaço de concreto, cada vitral, cada painel, cada jardim. Esse texto é para cada um deles.
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