O ministro da Saúde, Nelson Teich, recebeu um verdadeiro bombardeio de perguntas de senadores que o ouviram durante a tarde e parte da noite de hoje. Menos acostumado aos rituais como seu antecessor, Luiz Henrique Mandetta (DEM/MS), Teich estava muito pouco confortável no gabinete.
Começou a videoconferência com o Plenário do Senado usando máscara, mas, quando alertado pelo presidente Davi Alcolumbre (DEM/AP) que a voz estava baixa e abafada, tirou a proteção alegando que todos a sua volta estavam de máscara. Pouco tempo depois, um assessor entrou no gabinete com uma máscara pendurada na orelha. “Eu posso responder tudo o que me perguntarem. Só não posso responder mal”, afirmou, logo de início, constrangido pelo pouco tempo que teria para responder aos blocos de perguntas que lhe eram dirigidas. Cada bloco reunia questões levantadas por três parlamentares. Por volta de 17h havia 39 inscritos para a “sabatina”.
A autora do requerimento para que o ministro fosse ouvido, senadora Rose de Freitas (Pode/ES), iniciou os questionamentos pedindo que ele dissesse, com toda a clareza, qual a posição pessoal com relação ao “fique em casa”. “O presidente está preocupado com as pessoas e com a sociedade. Não vou discutir o comportamento”, declarou Teich. Depois voltou à mensagem de que não há a dualidade saúde x economia. “Quando a economia melhora, tudo melhora. Não se trata de uma briga do bem contra o mal.”
Sobre a possibilidade de uma segunda onda de Covid-19 no Brasil, o ministro enfatizou que não há informações que possam dizer se, como na gripe espanhola, poderá acontecer outras ondas da doença. Garantiu que o Ministério da Saúde está levantando o maior número de informações possíveis para lidar com o coronavírus. Criticado, afirmou que isso não quer dizer que não estejam agindo. Muito pelo contrário.
Muitos parlamentares questionaram o Ministério da Saúde, relatando as situações duras pelas quais seus estados estão passando. O senador Eduardo Braga (MDB/AM) foi contundente. Disse que, nos dez dias em que Teich está frente à pasta, dezenas de pessoas morreram no Amazonas. Cobrou ações urgentes, dentro de um cronograma transparente de ações. “Temos uma população desesperada. Trinta por cento das forças de Saúde e Segurança (do estado do Amazonas) está testando positivo para a Covid-19 por causa da falta de equipamentos de proteção individual. O Ministério da Saúde tem que embarcar esses EPIs e nos dizer quando chegarão.”
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, General Pazuello, respondeu a perguntas sobre logística e envio de insumos e equipamentos. Sentou-se próximo do computador, olhos fixos na câmera, fala segura. A sessão virtual do plenário do Senado Federal continuava firme e forte às 19h30, quando o ministro assegurou que não há qualquer orientação para volta às aulas. “O ministério vai apresentar um estudo”, afirmou.
“Retorno aos trilhos”

Os ministros da Economia e da Casa Civil conduziram juntos a coletiva da noite de hoje (29/4) para falar sobre o Pró-Brasil, programa anunciado há uma semana por Braga Netto. Fizeram questão de reforçar uma amistosidade entre os chefes das pastas, na tentativa de afastar o mal-estar em torno do ministro da Economia.
Braga Netto demonstrou habilidade política, característica da sua gestão. Afirmou que é papel da Casa Civil, coordenar as ações do Executivo, mas que caberá ao ministério da Economia dar a palavra final sobre o que é possível ou não é possível fazer” com os recursos disponíveis para o Programa. O plano prevê um conjunto de medidas econômicas incluindo retomada de gastos públicos para a recuperação de empregos.
Dominando a coletiva, Guedes reassumiu o controle do orçamento, reformulando o programa Pró-Brasil e ajustando-o à sua maneira, o que chamou de retorno aos trilhos. Não deixou de citar positivamente a ala com grande influência no governo. “Os militares falam diretamente, com transparência e claramente. Sem nenhuma malícia”, concluiu o economista.
Ainda fez aceno ao Congresso Nacional. Teceu elogios à atuação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM/AP), que relatará o projeto de socorro aos estados. Ao que tudo indica, a costura de Guedes sobre a criação de mecanismos de contenção de aumento dos gastos públicos deve ser contemplada no texto em análise. Se der certo, o ministro firma um grande aliado no Legislativo.
Risco: brasileiros estão se expondo ao coronavírus

A taxa de pessoas que aderiram às medidas de isolamento social caiu pela quinta semana consecutiva no país. São dados divulgados pelo site Nexo, a partir de dados da empresa Inloco, desenvolvedora de aplicativos que criou o Índice de Isolamento Social. O objetivo era auxiliar as autoridades a direcionarem os recursos de segurança pública, comunicação e saúde durante a pandemia de Covid-19.
O mapa usa a geolocalização — comportamento de localização de 60M de brasileiros que usam smartphones — para mostrar o percentual da população que está respeitando a recomendação de isolamento. A tecnologia não identifica as pessoas, garantindo privacidade e anonimato.
Mundo VUCA e Covid-19 nos pedem empatia

A Covid-19 chegou de forma disruptiva, trazendo consigo o mundo VUCA, que surpreendeu a todos. A sigla VUCA vem de volatilidade, incerteza (uncertainty), complexidade e ambiguidade. A volatilidade das mudanças na rotina de trabalho e familiar, na política pública, na saúde, gera incertezas e ambiguidades em todos os ambientes. A complexidade das relações estabelecidas, das escolhas e decisões é enorme.
Uma habilidade crucial para lidar com essas características é a empatia. Ou seja: a capacidade de se colocar no lugar do outro e simular a perspectiva subjetiva do outro para compreender seus sentimentos, seu raciocínio, suas emoções, sua história, suas necessidades, desejos, limitações e potencialidades.
A Covid-19 e o atual cenário VUCA levam cada um a exercitar a empatia. Isso porque, segundo a psicóloga e master coach Luca Andrade, da Avansare, exigem:
- Inclusão de si e do outro;
- Reconhecimento do outro e da sua experiência;
- Valorização do outro;
- Maior confiança mútua;
- Liberdade para expressar sentimentos de dúvida, receio, desconfiança, descrédito;
- Comunicação transparente e clara;
- Parceria. Patrocinar as ideias no sentido de sugerir melhoras ou formar parcerias.
- Mobilizar-se, estando atento e pronto para o outro e suas reações.
- Tratar o outro considerando as duas percepções: como você gostaria de ser tratado e como ele gostaria de ser tratado.
- Incentivar o semelhante em seus avanços e desafios.
Hashtags do dia

O nome do ministro do Supremo Tribunal Federal esteve entre os mais citados na redes sociais no dia de hoje, seguido por Alexandre Ramagem, indicado à diretor-geral da Polícia Federal.
Moraes deferiu medida limitar que suspendia a nomeação de Ramagem. No início da tarde, o Presidente da República editou decreto tornando sem efeito a nomeação.
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